Tem certos dias de jogo em que me entrego à
bebida. Bebo sôfrego dando-me todo ao júbilo esfuziante da alegria mareada que
afoga o meu juízo, faz o meu corpo ondear graciosamente, salga o romantismo do
paladar e agudiza meus pânicos expande-os até ao horizonte. Deitado numa
soleira de um prédio qualquer antes que o domínio de mim me abandone totalmente
e com os olhos semicerrados vejo as luzes da cidade como lençóis ou asas de luz
de todas as cores em vectores de Balla e as mulheres futuristas também elas, iluminadas
só até ao pescoço que passam ao meu lado puro movimento são anjos de luz sem
rosto
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