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Rastros
de Verniz
Caseoso
Névoa de hemangiomas
Que lavo de beijos
raízes sonhadas à flor
da pele
Lanugem de pêssego
sonhada
Petéquias rubras de
paixão
Que conto até
adormecer
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Saltei
por essa janela de mercado
aberta
desde o ano passado
e
congreguei essas fileiras estreitas
de
pessoal desempregado!
E foi
então como uma doença venérea
que esse
filho me veio aos braços
tive que
alimentá-lo de esperanças,
biscoito
polvilho e guardanapos
e todos
os dias imaginava a inversão
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A live less competitive or a liveless competitive
@
Milonga
milonga no assum sabiá
é um
samba bonfafá
e a sunga
bunduda subindo ao ingá
é um
sonho de sinhá
e a
frecha molesta-a
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Sou dum
estado pequeno ao norte
onde
dizem que tudo começou
dizem que já não é Brasil, mas
nessa
cantiga não vou
uns lhe chamam Lusitânia
outros somente Portugal
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figueira
da foz tem tanta areia
o meu
coração tem mar
o meu
mar tem meu amor
nadando
da foz até buarcos
anjos
na neve tá calor
christmas
carols
carocóis
de crista à beira da estrada
@
Há um
grande morro em Niterói
onde
nunca ninguém sobe
uma rocha
careca brilhando ao sol
talvez
por ter uma favela por perto
um lugar só
tocado pelo sol
a grama e
as serpentes
velhas
bruxas é o que dizem entre dentes
e lá de
cima eu vejo
uma praia
onde nunca ninguém vai
com um
mar entre o azul e o verde
talvez
por ser área militar sei lá
e nas
areias claras descansa
uma
garota onde nunca ninguém vai
de pele
morena e olhar de boneca
talvez
pelo pai ser pastor
vá se lá
saber
o certo é
que nunca ninguém lá vai
nunca
ninguém lá vai
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Cagalhões
remolhados da bolina
restolhada
das vagas fracas da baia
enchem
dum pesticida as neblinas
que
sufocam a cidade
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Morde-me
a zaga
curte-me
a estrada
força-me
a frágua
dispara.
Não. Para.
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Os ratos
entram na lixeira
do final
do Mac drive
e a
vendedora sem clientes
medita na
lua distraída
Quero
baixar seu jeans apertado
ver suas
carnes saltar
rasgar os
botões de sua camisa.. bonita
sentir o seu
peito palpitar
@
eu não
trabalho eu escrevo e nada temo
que já me
assinaram a carteira mas penso
nas
injustiças desta escravatura em que vivemos
o sol que
pede a revolução interior
se
esconde o corpo e pede uma outra
revolução
assim mais acompanhada
pelas
ruas em quebra-quebra vai oh corpo
informe
que a manhã não tem mais fim
pastelada
nos cantos negros das ruas
vai se a
tarde amalgamada sem interesse
em glossolália, suspiros e sonhos amalgamados
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