4.5.20

Cortadas

Convivemos com a violência subtil
Dos vizinhos sem nos deixarmos explodir
Arrastamos os punhos pelas paredes de areão
Até que se esboroasse a carne 
E sangue escorresse pelas caixas do correio
Túneis que cruzam este prédio 
Condutas, escadas de incêndio e tédio 

As beatas esmagadas no monta cargas
As nódoas negras escorrem nas empenas
O osso engana também quebra 

Se não tem nome não me interessa 


A destruição grampeada numas ventas esfaceladas
São só drogas carne e uma faca

Visões que só alcança um bombeiro 
Naquele ápice permitido da desgraça 
Que se abre num vórtice momentâneo 
Dum telefonema desesperado

A intervenção age como agulha antiviral
Um clarão dramático que abocanha
E entra à bruta invertendo um destino

Agarra o corpo e sacode como se fora amada
A drogada que jaz trapo na escada mijada
Rebenta o corpo inerte busca uma explosão
Que a volte a sangrar 


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