7.5.20

em terra ou no mar

Sinto aqui nestas pedras de musgo
teu fôlego não abandona este claustro
nos ecos da nave me desce teu sopro
teu clarão no lago deixa-me cego

teu corpo eremitério por matas desterrado
velado por pios de corujas e sussurros
de animais rasteiros és tu também
na verdade tudo

foi santificado este berço
por todos os passos que os monges aqui rezaram
e por esta cruz de ferro que marca o tempo no pátio

e agora que tudo está abandonado
um grande silêncio que tudo varre

e agora que as carnes cairam
essa ossatura alva
aguarda uma vez mais
o teu divino sopro

_  _  _  _  _  _  _

Sentimos-te mais perto
se somos esmagados
e damos-te tempo para tactear
a tua cruz ao nosso lado

a angústia de saber que só Tu
não nos deixas sós nos mais profundos transes
se de desespero não estamos ainda tomados

A cada ameaça
de que o furioso mar
nos vá virar o barco

tentamos com brados rasgar
as neblinas e vislumbrar
tua túnica branca na margem
e gritamos
cada vez mais Alto

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