Mostrar mensagens com a etiqueta Tavernae. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tavernae. Mostrar todas as mensagens

1.3.10

Mashed Potatos I

Vocifera Agressão
Extorquido
Agrilhoado
Fantasma
Carcinoma
Roma
Espasma
Glória
Ser
Peso
Comunhão
Aparência
Senado
Cavalos
Império

 
 
Não serenei ainda os espíritos do meu espírito
 
 
 
Os olhos davam-lhe um ar inchado
e rebarbado
Assim semi-cerrados

 
Custou-te o sangue e um
Terço das amígdalas moldar esse
Lamento andrógino e
Agora dizes que é natural
Não tenho paciência para tal

15.2.10

Rock XIV

Deliro na vertigem
Da guitarra em queda
Espiralada, quase
Verto lágrimas tal a
Velocidade e todo o
Corpo sente o embate
Da bateria seca
Esmagado no chão.
Feedback descola a
Pele dos músculos
O sangue furioso
Rasga a garganta

Mário Mosca

3.2.10

Frank Black

E os gritos imprimiam um carácter
de adoração e temor implicito
aos predicados, não vos escandalizeis
infiro-o das palavras. E assim
se equivaliam deus e o bronze das
raparigas estrondosamente
expulsos da garganta com a mesma violência.

Mário Mosca

Primavera

Revela-se o navio.
Libertas por fim da agonia
Dos cabos respirem
As velas com um silvo.
Do fogo opresso pela vergonha,
Toda a musculatura comprimida
Brota desperta por uma visão de primavera.
Os dedos tremem com um impulso
Irreprimível mas sem objecto.
O peito, profundamente matutino,
Grita como a águia esfomeada.
Os pessegueiros afloram às maçãs do rosto,
E em fonte inesgotável lança-se dos olhos
A alegria-delicadeza com um travo de sangue
Que pela saliva se expande.

Mário Mosca

1.2.10

Nem Tudo o que Vem à Rede é Peixe

Sonhámos com a ressonância das palavras
O mesmo eco libertado do sino nos vales
Paulo Ovo

Gostei mais do dia da marmota do que do dia do marmoto...
Rui Barbo

Graças a Deus fui abençoado com uma certa dose de estupidez que me impede de ver..
Diniz Giz

Contarei uma história baseada no Do little dos Pixies – jovens numa praia ondas que aparentemente não nos deixam surfar – faz te pequeno...
Carla Corpete


Como deveria ser feito um album
Henrique

Como reages perante o amor/paixão
Manuel Bisnaga

Os copos tilintam
Os corações declinam
Maria Vouga

Janeiro
Diário dum péroco de Aldeia e Walden
Zé Chove

Vaguear no escuro
Na antiga eremida o pó
De escuros braços das árvores
Presos no interior das minas
Nós Sombras
Lúcia

Cromo-dorsos de motociclos que irrompem
do peito de cada homem
o asfalto quente que inebria as nervosas têmporas
Mário Mosca

30.5.09

nas praias de mares distantes

nas praias de mares distantes, sob um sol apaixonado e sem consolação

Imobilidade petrificada da sua forma branca

Perturbou profundamente o meu espírito com o horror passivo e irremediável da cena

Rolando Rabaça

Hammond na bagageira

Pedrito e Júlia percorriam a costa do mediterrâneo num furgão
Com um Hammond na bagageira
Espalhavam sua magia romântica
Pelos estabelecimentos onde se joga o bingo sueco

Rolando Rabaça

30.4.09

Ementa

3ª feira – Choco com a realidade
4ª feira – Francesinha e Passas
5ª feira – Polvo Radiante
6ªfeira – Caldeirada de Tudo S. Ânsias
Sábado – Bife da Vazia
Domingo – Açorda Apática
2ª feira – Ensopado de Vinho
3ª feira – Choco com a Realidade

11.4.09

Co

Convulsões de líquidas noites
azul petróleo nuns ombros de Carrara
umbros olhos pesados de incerteza
ou melancolia

Henrique

6.2.09

O Pânico

O pânico do navio
Encarcerado pela destreza
Brutal das ondas
Tão estrondoso é o
Tumulto que se diriam
Trombetas marchetando
Mar e céu numa amalgama de
Trevas e forças fluidas

Henrique

Na Pétrea Aurora

Na Pétrea Aurora sob
Ampla cavidade rochosa
Vigiando o oceano
Do lajedo encarcerado de
Barras de ferro enferrujado
Girava o húmido leão
Ensandecido
Esforçando-se por suplantar
Com seus rugidos o choro
Furioso do mar

Henrique

3.2.09

Zenão

Ninguém tem dois filhos
E já nem o Zenão nos salva
Esquecemos a velha e eterna flecha
E leia nem um paradoxo nos salva

L’homme esi né poltron

Carla Corpete

2.1.09

O Rumor

o rumor surdo das rodas
entre monturos valedos sem caminho
sem caminho e sem peso sem detenimento
o rumor surdo dum caminho
sem percurso sem rodas

o caminho de silêncio do pássaro
entre monturos valedos sem espaço
sem espaço e sem peso sem detenimento
o caminho de silêncio dum espaço
sem limites sem pássaro

Paulo Ovo

20.12.08

Fantasmas de Albatorre

Separada da rua por um lençol
Os descendentes dos fugitivos envoltos
Num loop dolente rappavam noite fora
A angústia de várias gerações
Os fantasmas de Albatorre amaldiçoam
O pontão da Cova do Vapor
Separando, arrastando os corpos nas ondas do Atlântico
Enquanto afogam as almas nas águas verdinegras do Tejo

Se sentires um calafrio na espinha enquanto
Comes uma tainha em Porto
Brandão excusas de limpar os beiços e pagar a conta,
A tua alma já vagueia louca nos corredores do sanatório
28 de Maio.

P.S – O tecto do auditório dos bombeiros
da Trafaria é de corticite podre
Pintada em xadrez
[com estrelas nas casas pretas]
de relance parece uma bandeira
Dos USA gigante.

PS2-Joanna southcott
Et Ecce Terrae Motus

Rui Barbo

Reviro

Reviro o óbvio
Disseco-te entre o espelho
E o ar
Gota a gota
Mais e mais próxima
Do fio
Junto ao pescoço

Manuel Bisnaga

16.11.08

Urbanidade

relaxo com os screensavers dos
pcs na sala com a luz fechada
passeio entre os carros estacionados
no parque da universidade
nos países frios fazem música alegre
talvez diminuam os suicídios
quanto mais asséptico o espaço mais
abjecta a intrusão da natureza
a centopeia no lençol, a cobra na sanita,
o escorpião na alcova da criança

Paulo Ovo

Deleitado

deleitado na líquida dispersão
da multidão diluída no aluvião
da população que é mais gente
mais povo são corpos e corpos escorrendo
num licor de prata luminoso
que suga as sombras, indivíduos torrentes
de humanidade o exagero minguado o espaço
infinito em ondas de pessoas onde mergulho
na multidão na turba no mar humano
e eu mesmo sou a prata que tudo envolve
e banha afago o infinito trespasso
o infinito em multiplicação do sumo

Rui Barbo

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...