comprem-me uma casa na cova do vapor junto à praia
onde eu possa ouvir o hiphop e fazer uma churrascada
onde eu me possa poluir junto do tejo e sentir português
deixe de sentir qualquer urgência mergulhado no atlântico
dêem uma casa com vista para a menor praia
perto da rua onde os carros só transitam de madrugada
perto da mata perto daquela rua com nome de número
perto da vista para lisboa e destroços que boiam na areia
dêem-me uma casa mais operária onde possa ser de novo adolescente
uma casa com quintal na rua perto daquele chaço estacionado
com skyline de chaminés com vozes de português mais frugal
com o pescoço vergado pelo peso do estado
com mais ódio pelos que dirigem sem compaixão este barco
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