Também somos esse Gan
Não tem de correr a fonte
São necessárias as árvores de fruto
A fonte ao centro do jardim murado
Ínflasse a analogia
Transborda a realidade do cálice
Enche-se de aromas o jardim
André Istmo
Também somos esse Gan
Não tem de correr a fonte
São necessárias as árvores de fruto
A fonte ao centro do jardim murado
Ínflasse a analogia
Transborda a realidade do cálice
Enche-se de aromas o jardim
André Istmo
A rosa roda volteia gira e afunila
A roda a moda
As essências o ouro
O diamante
A carne ao abrir a porta
O luxo o relógio
Segundo o belo
Não serve de nada
O dinheiro o fresco
Montra de superfícies
A pela a marta a água o rímel
É tarde é tarde a sociedade
La suciedad
A novidade
Conjuro o requinte
O tesouro a foto a foto e a foto
Seguinte
Desmedidamente no mundo me afundo
Guardo o brilho latas e vidros
Num recanto resguardado na estante do meu quarto
Na escuridão escaravelho descanso cego
De ânsias com ânsias de criança anseio
O recorte a sorte aquela parte
Da tarde em que o sol mais arde
E a sua saia saraiva de esguelha e espalha
Faíscas esfiapos faúlhas e farpas de luz
Aplanando os planos banhando as paredes de branco
E num momento a sombra dos recantos
Do meu recanto empurra
Trespassa de cor e água as vidraças
Gonzos espalhados de anjos tantos halos
Reflectidos nas garrafas frias
E grossos frascos de gelo frácteos
Explode um lago em sol fulmina a fonte de fotões
Festa alegre flores festões
Rendas de luz em folhos molham as sendas
Emersos frondam os olhos submersos
De lágrimas fisiológicas incontidas patológicas
E um sal de sol aguado na saliva
É onda profunda mandriona
Afundado num edredon
O peito de ser em vento satisfeito
Vento de lento alento acalentas o pranto
Pronto vento que arejas a areia da praia
Com sopradelas desmazelas os cabelos das donzelas
Ouves e escondes nas florestas as conversas
Impetuoso imperas à chuva imensa
Enfunas os vestidos no estendal e amparas as aves contra o sol
Varres oh vento as folhas às árvores
Vagueias as veredas os verdes vales
Desvendas verdades enfunas a densidade
Crivas de raiva o rochedo na sua vaidade
Investe e reveste de vigor o teu servo
E vinga oh vento a valsa da minha vontade
Paulo Ovo
Entre a hifenização do indivisível
Ou a proposição entre aspas
Dos artigos artilhando artigos
Ou a semeadura de sinalefas
Nas traseiras da folha
Tudo cavadelas estéreis
Na retina-opalina do olho menina
O nome-monumento o santo monte
Fluiu sangue água e sal eflúvio da luz do sol
Dei à costa a palavra
Nicolau Divan
Um peito de ser todo sol lamento
O incremento em ouro do teu beijo
Suspiro um pó que traz eterno
Adorna a seiva o puro lírio
Lúcia
A cryptomeria de fuste bifurcado
Clama
Deixa-me provar dessa vida
Separada
Seca o fuste gordo
Que ribeira imersa no tempo
Me engula a memória
Esse substrato enraizamento
E diluída a imaginação
Florirá na noite o outro fuste
De auto-contemplação
Dos verdadeiros frutos
Lúcia
O egoísmo imanente
Da árvore só
Devora podre o seu fruto
A pedra a noite compacta
Não o sabia
Mas não és o rio
Permaneces
Com a unção da nata
A luz, o ouro, a prata
palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...