Archivo de imagens #5
31.8.07
Duas esquálidas irmãs
Duas esquálidas irmãs
andavam à solha no quarto
sem pele batiam nas maçãs
dos rostos de punhos fechados
chapadonas nas trombas macilentas
sacos de ossos em colisão
palmatoadas cada vez mais violentas
agressão gera agressão
Zé Chove
andavam à solha no quarto
sem pele batiam nas maçãs
dos rostos de punhos fechados
chapadonas nas trombas macilentas
sacos de ossos em colisão
palmatoadas cada vez mais violentas
agressão gera agressão
Zé Chove
Crescendo
Um brilho de vidro
cravado na sola do pé
dilacerou com requinte
a carne à sua volta e até
ao osso provocando agonia.
Diniz Giz
cravado na sola do pé
dilacerou com requinte
a carne à sua volta e até
ao osso provocando agonia.
Diniz Giz
Este papelote em que te escrevo
Este papelote em que te escrevo
envolveu um doce rebuçado
por agora não digo, não me atrevo
qual dos dois será o mais adocicado
o caseiro rebuçado ou o mel dos teus bejos
Zé Chove
envolveu um doce rebuçado
por agora não digo, não me atrevo
qual dos dois será o mais adocicado
o caseiro rebuçado ou o mel dos teus bejos
Zé Chove
A Clepsidra de Luz
A clepsidra de luz
esvaindo-se entre os dedos nus
abate seco o tempo
cadência do malho no feno
Maria Vouga
esvaindo-se entre os dedos nus
abate seco o tempo
cadência do malho no feno
Maria Vouga
No fulgor do sol parece quente
No fulgor do sol parece quente
mar mole e brando
mas no fundo é gelado
esmaga com um peso violento
Brás
mar mole e brando
mas no fundo é gelado
esmaga com um peso violento
Brás
Fauno
Vais bem armado bom soldado
deram-te o arco e as flechas
tens tudo menos as metas
sozinho vais a todo lado
são fortes os disparos das tuas setas
mas sem alvos voam incertas
Madalena Nova
deram-te o arco e as flechas
tens tudo menos as metas
sozinho vais a todo lado
são fortes os disparos das tuas setas
mas sem alvos voam incertas
Madalena Nova
Terror Infernal
Olhou a seus pés alto do cilo industrial
sugado por vertigem abismal
muralha infinita de betão
que o mar engole com fúria animal
com ribombo estoira um trovão
num hiato pára nos o coração
perante o terror infernal
nas trevas desvendadas pelo clarão
Lúcio Ferro
sugado por vertigem abismal
muralha infinita de betão
que o mar engole com fúria animal
com ribombo estoira um trovão
num hiato pára nos o coração
perante o terror infernal
nas trevas desvendadas pelo clarão
Lúcio Ferro
Gothic
Uma bela morte gótica
envolta em doce mistério
eu desejo meu amor
à noite no cemitério
sob um ogivado pórtico
Filipe Elites
envolta em doce mistério
eu desejo meu amor
à noite no cemitério
sob um ogivado pórtico
Filipe Elites
O alcatrão que trazias no peito
O alcatrão que trazias no peito
melou-se d'encontró granito preto
e pingou como mel gordo
morno sobre o meu colo.
Lúcia
melou-se d'encontró granito preto
e pingou como mel gordo
morno sobre o meu colo.
Lúcia
Brilhas ao sol pérola negra
Brilhas ao sol pérola negra
e já sangras garrida entre os meus dedos
arrancada aos espinhos doce menina
agora és minha, mordo-te com avidez
louco com o teu suco selvagem pespineta
adeus amora preta
Lúcio Ferro
e já sangras garrida entre os meus dedos
arrancada aos espinhos doce menina
agora és minha, mordo-te com avidez
louco com o teu suco selvagem pespineta
adeus amora preta
Lúcio Ferro
29.8.07
Ambiente Místico
Entraste reverente no grande templo
teus passos ecoam o infinito
num halo santo embalado
canto vaporoso de monges
a trovoada lá fora marcha
cais de joelhos.
André Istmo
teus passos ecoam o infinito
num halo santo embalado
canto vaporoso de monges
a trovoada lá fora marcha
cais de joelhos.
André Istmo
Em queda - - - --
Em queda
somos pesos de chumbo
mergulhando sem vida
no mar profundo
vamos cegos pela luz
que atravessa as águas claras
vinda do alto
guiados por finas linhas
densos nos afundamos
no negro gelado dos abismos
Zé Chove
somos pesos de chumbo
mergulhando sem vida
no mar profundo
vamos cegos pela luz
que atravessa as águas claras
vinda do alto
guiados por finas linhas
densos nos afundamos
no negro gelado dos abismos
Zé Chove
Shot #14
Saiu de casa com a alma dilacerada
pró frio da madrugada
o grilo chorou mansinho entre os nardos
as vozes que ficaram para trás.
Lúcia
pró frio da madrugada
o grilo chorou mansinho entre os nardos
as vozes que ficaram para trás.
Lúcia
Medo
Só tens medo quando não sabes o que provoca
os estalidos no meio do escuro
algures entre os móveis do teu quarto
que respiração é aquela no celeiro abandonado?
o que se esconde no breu da adega do avô?
Madalena Nova
os estalidos no meio do escuro
algures entre os móveis do teu quarto
que respiração é aquela no celeiro abandonado?
o que se esconde no breu da adega do avô?
Madalena Nova
Bidons enferrujados
Bidons enferrujados
o latido ensandecido
dos cães à noite
quando ouvem passos
na solidão dos armazéns
as luzes tristes de um carro
parado nos arrabaldes
o fresco trilar dos grilos
as neblinas fétidas
fantasmagóricas
evolando do riacho
que corre entre as margens
frondosas e desalinhadas
onde os mortos
escondem os seus mortos
Mário Mosca
o latido ensandecido
dos cães à noite
quando ouvem passos
na solidão dos armazéns
as luzes tristes de um carro
parado nos arrabaldes
o fresco trilar dos grilos
as neblinas fétidas
fantasmagóricas
evolando do riacho
que corre entre as margens
frondosas e desalinhadas
onde os mortos
escondem os seus mortos
Mário Mosca
O amor brilha mais nas vidas simples?
O amor brilha mais nas vidas simples?
As coisas pobres têm mais melancolia?
Os dias sempre iguais
as vidas atonais
todos os momentos são banais
cada segundo igual aos demais
resplandecem depois com maior fulgor
o brilho das pequenas alegrias.
Henrique
As coisas pobres têm mais melancolia?
Os dias sempre iguais
as vidas atonais
todos os momentos são banais
cada segundo igual aos demais
resplandecem depois com maior fulgor
o brilho das pequenas alegrias.
Henrique
Vida no campo
Livrai-me dos homens maus
já vento rebenta os gonzos da porta de casa
o carro do pai geme parece que tem vida
lembra o avô quando tem asma.
A mãe faz sempre a mesma sopa.
Não percebo porque é que o pai põem aquela cara quando vê TV.
À noite ando sozinha pela floresta
enterrei o gato num sítio que só eu sei
vejo sempre onde os outros guardam os seus segredos.
Diniz Giz
já vento rebenta os gonzos da porta de casa
o carro do pai geme parece que tem vida
lembra o avô quando tem asma.
A mãe faz sempre a mesma sopa.
Não percebo porque é que o pai põem aquela cara quando vê TV.
À noite ando sozinha pela floresta
enterrei o gato num sítio que só eu sei
vejo sempre onde os outros guardam os seus segredos.
Diniz Giz
E sobre o pináculo mais alto
E sobre o pináculo mais alto
olhando os campos em xadrez verde
sente o vento do mar
agarrar o teu cabelo
e chora de dor e desespero
pelas iniquidades do mundo
e enxuga o mal à camisa de flanela
finge que tudo é cera onde te fundes
e não há coisas, tudo é matéria
lama barroca lambida em forma confusas
é enganador o que sentes tudo são acidentes
afoga-me num sono de tinta azul
não te preocupes
não penses
Lúcio Ferro
olhando os campos em xadrez verde
sente o vento do mar
agarrar o teu cabelo
e chora de dor e desespero
pelas iniquidades do mundo
e enxuga o mal à camisa de flanela
finge que tudo é cera onde te fundes
e não há coisas, tudo é matéria
lama barroca lambida em forma confusas
é enganador o que sentes tudo são acidentes
afoga-me num sono de tinta azul
não te preocupes
não penses
Lúcio Ferro
Sub Influência #1
As teias flutuam como algodão
cabelos de árvores nuas e velhas
manhã esboroada a água de limpeza
dos pincéis duma morta natureza
o coado entre os ramos
atrai-nos vagabundos mais uma vida.
Às vezes oiço vozes que não me deixam dormir
sussurrando me coisas mecânicas
martela bota parte envolve-te em dinâmicas
e é a graça que flui agora
pela raiz dos teus ossos e deixaste de ver
bate o sino ao longe entre as serras de campanários
que rasgam os céus sobre as nossa cabeças
não deixes que te interrompam
não percas a desconcentração
fixa-te no incerto e deixa borbotar
o que te vai no coração
mata qualquer sintoma de razão
afasta a vontade de rigor
arrota sem formar represa
avança sem temor
escreve o que te dá na gana
nem tu mesmo dês opinião
Lúcio Ferro
cabelos de árvores nuas e velhas
manhã esboroada a água de limpeza
dos pincéis duma morta natureza
o coado entre os ramos
atrai-nos vagabundos mais uma vida.
Às vezes oiço vozes que não me deixam dormir
sussurrando me coisas mecânicas
martela bota parte envolve-te em dinâmicas
e é a graça que flui agora
pela raiz dos teus ossos e deixaste de ver
bate o sino ao longe entre as serras de campanários
que rasgam os céus sobre as nossa cabeças
não deixes que te interrompam
não percas a desconcentração
fixa-te no incerto e deixa borbotar
o que te vai no coração
mata qualquer sintoma de razão
afasta a vontade de rigor
arrota sem formar represa
avança sem temor
escreve o que te dá na gana
nem tu mesmo dês opinião
Lúcio Ferro
Pelo menos uma por dia
Pelo menos uma por dia,
suada, medida,
arrancada às penhas da sabedoria.
Em noites de embriaguez,
duas ou três,
de cada vez!
Filipe Elites
suada, medida,
arrancada às penhas da sabedoria.
Em noites de embriaguez,
duas ou três,
de cada vez!
Filipe Elites
Termine a quadra e ganhe um prémio
Sonho sem fim nem fundo
um universo perdido
u vagueio moribundo
Madalena Nova
um universo perdido
u vagueio moribundo
Madalena Nova
Meu Amor
Não é por ti que continuo acordado?
Não foi por ti que queimei as naus?
Foi em vão...
Nicolau Divan
Não foi por ti que queimei as naus?
Foi em vão...
Nicolau Divan
Penetrei na garganta abrupta
Penetrei na garganta abrupta
granito negro do teu coração
vi dois anjos em violenta luta
deixando um rasto de destruição.
(lavrando um trilho de desolação)
Lúcia
granito negro do teu coração
vi dois anjos em violenta luta
deixando um rasto de destruição.
(lavrando um trilho de desolação)
Lúcia
Rock Agressivo
Corres em espirais escada a baixo
espremes-te por tocar o vórtice
velocidade cega
desaparece tudo num ápice
numa ânsia sôfrega de superação
aniquilamento fundido num raio
motas e carros rua abaixo
fuga louca sem travão
raios de luz na cidade
velocidade fria em explosão
Ramon de barba cerrada
criminoso sem esquadra
violento na rua à noite
bairro islâmico calor violento
olhos cerrados em sofrimento
esta bomba vai rebentar
Vasco Vides
espremes-te por tocar o vórtice
velocidade cega
desaparece tudo num ápice
numa ânsia sôfrega de superação
aniquilamento fundido num raio
motas e carros rua abaixo
fuga louca sem travão
raios de luz na cidade
velocidade fria em explosão
Ramon de barba cerrada
criminoso sem esquadra
violento na rua à noite
bairro islâmico calor violento
olhos cerrados em sofrimento
esta bomba vai rebentar
Vasco Vides
Túneis
Túneis,
descendo húmidos
de água podre e limos,
mais recônditos e emaranhados
que são os teus medos.
Fugindo eternamente
das luzes suspeitas
que surgem no caminho,
cego e inseguro,
foges do vapor que te sai da boca,
até caires no lamaçal profundo
onde mergulham os falhados
e sorves a imundície até ao sufoco.
Zé Chove
descendo húmidos
de água podre e limos,
mais recônditos e emaranhados
que são os teus medos.
Fugindo eternamente
das luzes suspeitas
que surgem no caminho,
cego e inseguro,
foges do vapor que te sai da boca,
até caires no lamaçal profundo
onde mergulham os falhados
e sorves a imundície até ao sufoco.
Zé Chove
Havia um homem que gostava de esmagar
Havia um homem que gostava de esmagar
tudo o que lhe viesse parar às mãos
na mó do seu moinho de água
estacava depois sonhador
a ver o sangue das suas vítimas
dançar na corrente sombria do rio.
Zé Chove
tudo o que lhe viesse parar às mãos
na mó do seu moinho de água
estacava depois sonhador
a ver o sangue das suas vítimas
dançar na corrente sombria do rio.
Zé Chove
Continuas atravessando as trevas
Continuas atravessando as trevas
com medo de olhar para trás
mas eles saíram-te ao caminho
na esquina assaltada
os lobos uivando ao longe
Brás
com medo de olhar para trás
mas eles saíram-te ao caminho
na esquina assaltada
os lobos uivando ao longe
Brás
Vislumbraste a sua doce voz
Vislumbraste a sua doce voz
qual sopro de búzio
entre o marulhar do mar
e os crocitos das gaivotas
assomou-te suave na brisa do oceano
e aqueceu teu peito como o sol de Verão.
Madalena Nova
qual sopro de búzio
entre o marulhar do mar
e os crocitos das gaivotas
assomou-te suave na brisa do oceano
e aqueceu teu peito como o sol de Verão.
Madalena Nova
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Convento dos Capuchos
palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...
-
Entre 1241-42 os mongóis invadiram a Hungria. Lamento pela Destruição do Reino da Hungria pelos Tártaros Escrito por um clérigo da época. Tu...
-
palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...