2.6.13

Mais que os anos moem-me as saudades

praia da luz I

Um barraco do tamanho de um quarto toda feita de madeira Há volta só mato e floresta, lá dentro na penumbra um cheiro a merda de gato misturado com o caldo de piranha, um negão que a cada movimento levantava um cheiro de cu talvez por tar todo aberto e o velho que o comia chupando as espinhas _ come aí isso é casa de pobre mas tá tudo limpinho. eu recusei sou um pouco enjoadinho. os gatos andavam para todo o lado e os pássaros saltavam frenéticos nas gaiolas levantando penas. não dava para ver os limites do cômodo, a luz que entrava pela pequena janela cegava.

Antares da Rola Souza

testes


Se nao é psicologico ou psiquiatrico deve haver um teste nas farmacias como o da gravidez que através dum palito embebido no mijo ou numa defecada nos diga se estamos homossexuais

goverrno

Malvasias

Malvasias
mal vazias
maviosas
flores da vida
camélias que se julgam rosas
que se alçam nos saltos
de coxas grossas
engates silenciosos
caixas ocas de ossos

Conde de Ornelas

29.5.13

Godés

Mergulham feitas loucas as pigarças a barca das 8h40 esfuma-se
no nevoeiro que esconde o rio de janeiro na proa o
antiderrapante cimentício brilha o céu choroso o vento nas
poças dança como se lavasse arroz ou misturasse tintas todas
as tintas como fazem os meninos nos seus godés de plástico
branco misturam as tintas e a água da chuva sem fechar a
torneira a água balouça e os vermelhos rasgam tudo
prenunciando uma cor raiada maravilhosa como os beirados de
telha numa poça o amarelo recebe entrega-se dá a sua luz não
se vê hoje o sol mas o seu bafo insufla o nevoeiro e às vezes a
luz torna-se mais insuportável aos olhos. as pessoas tossem e
pigarreiam tocam celulares o mp3 só toca canções de que já
estou farto e tenho preguiça de procurar outra. se agora
estivesse a chegar a cacilhas de certo estaria sol e os olores
do tejo enrolados com fragrâncias de frango assado churrascos
grelhados

Cris Manta

objetivos

O nosso objectivo agora é enriquecer comprar uma casa um carro
uma mulher e irmo-nos equilibrando em contas que nos permitam
pagar a subsistência, a nossa e a do estado e dos nossos filhos
bastardos os bancos e se possível acumular para termos umas
férias ou outra merda qualquer que compense a vida de burros
que levamos, damos por nós rezando para que nos saia a lotaria
ou que nos dêem uma herança de algum cadáver que não sabíamos
ser nosso primo, vemos algumas pessoas, todos nós conhecemos
alguém que não aparenta ter de se esforçar para ter tudo
aquilo que nós queremos, aposto que esse quer também coisas que
não tem, coisas que talvez para nós sejam demasiado boas e se
olharmos para trás com certeza alguém pensará o mesmo de nós
como é que aquele babaca se permite alugar um apê de 800 reais
mensais como é que aquela vaca pode ir ao Mac sozinha durante
o almoço num dia de semana estes pesadelos assombram-nos todas
as tardes no caminho casa depois do trabalho

Diniz Malafeita

Surtado

Surtado coração por entre silvas e malvas, o sangue flui na
resina da roseira e a carne faz-se pão, o fulgor do vento força
o fumo a atrofiar os quartos da casa quem nunca escutou um
festivo tiroteio e um pivete de fuzil na mão e as ânsias
que vagueiam entre o sonho de uma casa rustica perto das rochas
e um vencer a lotaria ou uma quaresma de putaria mas o olhar
disléxico de novo afunila na fragmentada rua que trepa morros
fora tijolo escada e escarpa e estilhaços de céu que cegam o
peito é um ermitério cheio de refugiadas revoltas e alegrias
tolas que a boca de pedra sela inventemos então as vozes
interiores com quem desabafar elejamos o cabrão o porco o rei
o anjo dentro de nossa canalização e aprendamos a apreciar o
nosso próprio vómito tenhamos o garbo até de o pintar com
diferentes fragrâncias papilando-o de taninos e sais e molhos
suculentos uma barca cruza o nosso horizonte negro de
guanabara com a sua cintura odalisca de luzes ali no morro
cara de cão fica uma virilha acolá o forte de niterói outra
virilha e o atlântico ah o atlântico não saio. entro em
atlântico

9.1.13

Jurujuvae

vigário por onde andava esta ovelha que me zombava fora do redil.


Jurujuba é a nossa Córsega nosso ninho de marisco nosso esporão afoito entre águas do mar
contemplando o anfiteatro das serras à sombra do Patrício forte ao alto do Pico
(Serras ou morros? concordo com morros.)
Não haverá tristeza por esta terra? Porque insistem em andar em festas?
Em vão choram os chicos seus maiores poetas?
Atravesso na barca já sem noção para onde vou
(onde estão as barcas que nos prometeram para o Natal?)
Praça ArariXVAritas ou simplesmente vou dar um passeio de biciclete dupla toldada
na formosa paquetá e comer um peixe frito em fuelóleo filtrado nas areias baças da praia da luz?
Alá entre as silhouetas dos montes (montes ou morros) a urca o prepúcio do páo de Açúcar
o morro da viúva o rigor do corcovado um câncer ou um cancro neste caso seria de mama
o Rio Sul todo o santo dia pra lá rumo
com o coração nas jurujubas nas praias vermelhas nos itaipavas e nas brahmas e nos cânticos em latim que se perderam e já só se ouvem em surdina nalgumas capelas bem tratadas


treinos de sucker

El increíble rugador de fußball Emilio Putragueño

19.8.12

Cantares de Coimbra


todo o bem que não se alcança
mora em nós como uma dor

Oh belo luar em calda
derramado na cara da água
vieste para me atormentar
que me ia atirar ao mar

se o governo não quer
que eu jovem vá trabalhar
largar o couro pla pátria
o que eu hei de fazer
só me resta agradecer
hei-de passar uma década
pela casa a vaguear
entre o quarto e a sala
coçando o rabo e o saco
mas também hei-de implorar
uma reforma aos 40
para me poder alimentar
e vou cantar com o zeca
ao som da cabra coimbrã
está na hora da cama
não chamem mais por mim

HINO

Ondas que se persignam
e ajoelham devotas na praia
carpem os retábulos das escarpas
jaculatória gaivotas pairando
até que brame o céu
e o filho temente ao pai irado
o cenho cerra e de rosto plumbeado
se recusa a louvá-lo
torna-se manso e morno
vómito salobre e podre
estagno de naus e caravelas
vinde oh vento correr a entregar-te
como dádiva e símbolo do teu pai
e faz de nós um mar novo

túneis e poços


Túneis descendo húmidos
de água podre e limos,
recônditos medos
eternamente suspeitos
que surgem no caminho,
vapor de lamaçal imundo

homem interior que esmaga
na mó do seu moinho sonhado
vivas criaturas dançando
na corrente do rio em sangue

E o leito do rio há pouco morto
transpirava a cada lamento nosso
um bafo de lama húmido de mofo
do monstro negro escondido no lodo

entre árvores uma neblina escura
rasgada a medo com tremuras
em busca da luz cada vez mais funda
coada entre brumas, frio crepúsculo

sobre os limos secos em passos lentos
tristes se afogam nossos pensamentos
na manta morta que a noite sepulta.

mergulha no poço
meu filho
que eu fecho a tampa ao teu vazio
tijolos unhas e choro

post mortem


fiquei pesado.
Como chumbo no peito.
O lastro da tristeza dos outros afoga-me.

Intoxicado de amargura num castelo de areia
que se quer desfazer mas o vento não derruba
Asfixiado com a vertigem dum dia solarengo,
arde o deserto de fora e o de dentro

As músicas embalam esta densa melancolia,
enquanto lembro o seu sorriso de alegria...
Foram curtas as notícias um soco no peito
doce remédio amargo veneno

Quis falar mas sofrerei sozinho.
um baixo de lágrimas convulsas
licoroso tórax suspendo o juízo
calo-me, meço a onda e mergulho

Vocação


Se um trote se aproxima em pedra
Serra da alma desolado castelo
Um beijo do arauto clara trombeta
Nas muralhas nova vida desperta

Recorda-te da água luz entre os pés
seminus garimpávamos a noite
no gelo da sombra leito do rio

Canção Élfica

Ah o mistério suspiram
Os troncos por vulto estranho
Um carreiro de formigas
cruzam em silhoueta
na desfocada fogueira
O sacrifício aguarda
pelo corpo sacrificado
As árvores lêem no musgo
uma indulgência perpétua
silêncio que permanece
Caminho seguro de ascese
Permanência de mistério

Criação


Perturbou-se o vento fez
Tremer a folha iluminada
Nos corredores arejados
Duma antiga biblioteca

A densa noite aguça o
Nó da verticalidade
Da multidão das árvores
Limalhas de luz e pó

E o silêncio desmentido
Em proverbialidade
(extracta)
Acrescenta opacidade
Ao branco claro do livro

Ogiva da biblioteca
Pauta e sulca os sons do dia
Ser dum universo espelho
Ponte sobre a noite fria

Escrita anelar em água
Cascata de lenho e espírito
Quase um bicho, um bicho quase
Ungido no espirro divino

Atoleiro da Noite


Desenterrado das areias só conheço
a noite e vejos os fogos na outra margem
do pântano livres da multidão
dos grãos os galhos veneram a lua

A água e a lama lambem-se uma à outra
em polvorosos lamentos as raízes
Entumescendo ao crisol dos ventos
gritam os fogos carpindo as árvores

decompostas no atoleiro da noite
A carne envolve o tronco à árvore o sangue
prova a seiva compadecida dos lenhos

sinal da casca e percorre os leitos
desde as raízes identifica os séculos
eleva-se, busca os ventos com os dedos

perdidos entre os ramos que só a noite conhece

Linha


Um monumento de céu
desenha o horizonte
essa linha infinita é elusiva
charneira entre o que a vista alcança
e o que só o coração adivinha

Rochedos Mar e Suicídio


I
entre os rochedos
junto à baía
com vento na cara
sinto me almirante
um gigante que enfrenta o vento
rebenta a espuma entre as gargantas
com um silvio arrepiante das fossas
engasgam-se as entranhas das covas e grutas
e arrota com estrondo o peito da praia
por sobre os chapadões recobertos de cracas aguçadas
que o mar engole com terríveis remoinhos

II
à tardes que saudade me sufoca a garganta
então venho até aqui ver sofrer o mar
e já não me sinto afogar sozinho
toda a costa soluça com a brutalidade das vagas
e as fossas soluçam de espuma até ao céu
a ventania substitui-me as lágrimas
pelas gotas salgadas do atlântico
e nessas noites sinto-me respirar Lisboa
encalhado no sopé do Pão de Açúcar
a saudade é um exílio
quem a sofre é uma andorinha na gaiola
o desespero é um suicídio

III
Venho até aqui ver morrer o mar
suicidando-se com estrondo
rebentando seus múltiplos crâneos
contras cabeçudas rochas
como um almirante aqui ao vento
sozinho enfrento o rugido
infernal das vagas impotentes
tentando subir eternamente
para a terra que lhes é negada
uivando de saudade e sal
como um moisés nos muros
da sua nunca jerusalém
só tocada pelos seus filhos
a intensa chuva purificada
aqui me tenho procurando ver mais
fundo por entre os remorsos
revoltos do oceano cheios de raiva
súbita que logo engole transbordante de paz

16.8.12

Ã

serás o melro na manhã
curvada beijando
a terra molhada
e quem por ti passe
há-de lembrar-se
do trevo que ao vento dança

Abertura do Mar Vermelho

Só vejo o bem por todo o lado.
A ordem da disposição
das montanhas e dos penedos,
a alvura da lua na
superfície do mar,o aroma
da transpiração verde da
vegetação. Os seus olhos
brilham e a lua grita lá
fora cheia de noite. Não
sei se me sinta mais forte ou
mais fraco, penso que perco e
ganho forças na sua presença.
Inspiro fundo a verdade
e tento compreender nas
subtilezas do seu sobrolho.
O sangue atropela-se nas veias como um mar vermelho e
violento queda-se em muralha
antes de chegar ao coração
num pico de êxtase quando as
palavras me chegam aos lábios
quero ficar em tua casa.

redo

Ontem vimos o poeta Ruy Belo na Praia Vermelha
de sunga encarnada e rosto sangrado
com os dedos debruçado sobre a areia
enterrados contando até dez, um a dez.

outra vez de um a dez de um a dez.

Uma pança encavalitada leve
projecção planificada no mar
do pão de açúcar na retina aberta
desfocada de sol, selva e sal

outra vez de um a dez, um a dez

negritude junior

mulatinha tens os olhos cheios de tinta
preta retinta pretinha linda cheia de pinta
a temperatura da tua pele escalda
escala aos trópicos vulcânicos suor em calda
escorre como cascata por teus membros frenéticos
em dança esquálida ao som da guitarra elétrica
dum médico malinês camisa larga num blues de absinto

10.8.12

Little Gidding, II.4


In the uncertain hour before the morning 
   Near the ending of interminable night
   At the recurrent end of the unending
After the dark dove with the flickering tongue
   Had passed below the horizon of his homing 
   While the dead leaves still rattled on like tin
Over the asphalt where no other sound was 
   Between three districts whence the smoke arose 
   I met one walking, loitering and hurried
As if blown towards me like the metal leaves 
   Before the urban dawn wind unresisting. 
   And as I fixed upon the down-turned face
That pointed scrutiny with which we challenge
   The first-met stranger in the waning dusk 
   I caught the sudden look of some dead master
Whom I had known, forgotten, half recalled 
   Both one and many; in the brown baked features
   The eyes of a familiar compound ghost
Both intimate and unidentifiable.
   So I assumed a double part, and cried
   And heard another's voice cry: 'What! are you here?' 
Although we were not. I was still the same,
   Knowing myself yet being someone other --
   And he a face still forming; yet the words sufficed
To compel the recognition they preceded. 
   And so, compliant to the common wind, 
   Too strange to each other for misunderstanding,
In concord at this intersection time 
   Of meeting nowhere, no before and after, 
   We trod the pavement in a dead patrol.
I said: 'The wonder that I feel is easy, 
   Yet ease is cause of wonder. Therefore speak:
   I may not comprehend, may not remember.' 
And he: 'I am not eager to rehearse
   My thought and theory which you have forgotten. 
   These things have served their purpose: let them be.
So with your own, and pray they be forgiven 
   By others, as I pray you to forgive 
   Both bad and good. Last season's fruit is eaten
And the fullfed beast shall kick the empty pail.
   For last year's words belong to last year's language 
   And next year's words await another voice.
But, as the passage now presents no hindrance
   To the spirit unappeased and peregrine
   Between two worlds become much like each other, 
So I find words I never thought to speak
   In streets I never thought I should revisit 
   When I left my body on a distant shore.
Since our concern was speech, and speech impelled us 
   To purify the dialect of the tribe
   And urge the mind to aftersight and foresight, 
Let me disclose the gifts reserved for age
   To set a crown upon your lifetime's effort. 
   First, the cold friction of expiring sense
Without enchantment, offering no promise 
   But bitter tastelessness of shadow fruit 
   As body and soul begin to fall asunder.
Second, the conscious impotence of rage 
   At human folly, and the laceration 
   Of laughter at what ceases to amuse.
And last, the rending pain of re-enactment 
   Of all that you have done, and been; the shame
   Of motives late revealed, and the awareness
Of things ill done and done to others' harm
   Which once you took for exercise of virtue. 
   Then fools' approval stings, and honour stains.
From wrong to wrong the exasperated spirit
   Proceeds, unless restored by that refining fire
   Where you must move in measure, like a dancer.' 
The day was breaking. In the disfigured street
   He left me, with a kind of valediction, 
   And faded on the blowing of the horn.

T.S. Eliot (1943)  Four Quartets

avulsos


Avulsos para montar umas cançonetas

a água na fonte à noite
não é água é uma canção
no pátio da minha amada
brilha a lua nu'a canção
o pomar na noite escura
é perfume de paixão
prá donzela à janela
que suspira no Verão
cai a lua e uma nogueira
e a lua lá no alto
não é lua é um lampião
quem será o gato preto
que anda como uma sombra
e salta pelo teu muro
mansinho como um ladrão
dona agarre-o com beijos
que o seu peito é uma prisão
Cantam as bruxas no páteo

caçadas noturnas


quando a luz dos dias acaba
muito depois de chegar a noite
não pode ficar mais escuro
todos os animais diurnos dormem
já nos seus ninhos e tocas
o homem diferente de todos eles
caça nos dois turnos do girar da terra
mas para caçar drante a noite
tem de ser um homem de verdade
exíge um treino um habituar dos
olhos a ver no escuro
exige uma oração que amanse
o medo

Homem Branco é Tão Bonito


Todos vimos na BBC aquele homem
aterrado de medo ao ver chegar
o primeiro homem branco rio acima
a navegar impetuoso numa piroga

agarrado à cabeça pedindo clemência
e com ele toda a selva se fechou
sobre si mesma, as nuvens roubou a
luz por segundos calaram-se os
pássaros o rio ficou como aço
só uns tantos ruídos de desconforto
um ranger de lianas apertando a atenção
um sussurrar em línguas soluçantes
onde as águas tocam as margens

e esse fantasma branco desconhecido
passa gelando a própria humidade
evolada da cama de vegetação morta
incensando tudo duma neblina cheia
de sentido (que falem primeiro os mortos)
seguidamente arda o medo reverencial
e só então assegurado de que a hecatombe
não será súbita falará o temeroso
e simples espírito suplicante
"que queres que faça?"

Senhor que queres que eu faça
senhor da técnica, tu que já
viste muito mais que eu que apenas
pesco do alpendre da cabana
construida por meus pais
conheço os nós do meu arpão
e a bestialidade da selva
que eu humildemente saco
e louvo como a uma divindade
mas vós sois mais pois a cruzaste
amansando os seus rios indiferente
aos ataques dos animais e sem temor
da noite escura

...


I've seen the sperm of monster fishes
drifting along the shorline
tracing new paths along my way
i've learn to lose myself in
the dispersion of the universe

olho e reolho a leveza dos seus folhos
miro e remiro a elipse do seu giro

de rabo na boca


Quando escrevo não me lembro de todas
as boas palavras e gasto as que
no pasto solarengo da memória colho
e desfolho para comparar fragrâncias
e ressonâncias. Nem se quer me lembram
então todos os jeitos de dizer as coisas
tesoiro esse de dominar a oratória
desordem isso só eu tenho e
prenho de vontade eu escrevo pensando que...(volta ao início)

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...