Sem querer cravei a unha na gengiva
o sangue deitou a correr
um rio quente e vermelho
fluxo de vida com sabor a ferro
atravessou muros brilhante marfim
galgou em borbotões meus túmidos lábios
ensopa já toda a almofada
torrente incontrolável e trágica
é já poça no quarto
em que meu chanatos flutuam
sou eu que fluo
cascata rubra escada abaixo
chove o tecto da sala
estalactites de plaquetas
os bolbos das lâmpadas são ameixas
vivos como olhos de diabos
tapetes mornos e negros de coalho
paredes carniceiras de talho
sai à rua, jorra pelas gretas do esgoto
purificando as artérias da cidade
misturando toda a imundície
carcaças de animais afogados
no ardente e espesso líquido
"Holocausto vetero-testamentário"
turbilhões em túneis torrentes sem fim
maré vermelha em valsa grotesca
batalha com as águas do oceano
cavalgada até ao infinito
até habitarmos um glóbulo vermelho.
Carlos Marques
4.9.07
Bela Latina - Lyrics
anca de samba
formas roliças
meu corpo bambo
c'olhar me atiças
Balança corpo balança
bombam baixos saturados
rasga a pele abana a pança
vamos dançar agarrados
calça balão enfunada ao vento
revela teu vulto felino
chanata cigana de enfiar no dedo
chlap, chlap despertas meus sentidos
Morena tez
boca purpurina
olhos de pez
bela latina
Balança corpo balança
bombam baixos saturados
rasga a pele abana a pança
vamos dançar agarrados «bis»
Filipe Elites
formas roliças
meu corpo bambo
c'olhar me atiças
Balança corpo balança
bombam baixos saturados
rasga a pele abana a pança
vamos dançar agarrados
calça balão enfunada ao vento
revela teu vulto felino
chanata cigana de enfiar no dedo
chlap, chlap despertas meus sentidos
Morena tez
boca purpurina
olhos de pez
bela latina
Balança corpo balança
bombam baixos saturados
rasga a pele abana a pança
vamos dançar agarrados «bis»
Filipe Elites
Receita#1
Peguei num tacho, pus o cansaço em lume brando.
Uma pitada de má vontade e duas folhinhas de inícios de gripe.
Mexi o caldo fétido sem me exaltar.
Bati os remorsos em castelo com uma lágrima de raiva.
O fumo exalado pela sopa provocou tonturas, dificuldades respiratórias,
sufoco na garganta, mas não me deixei chorar, teria sido fatal.
Deixei a incompreensão crescer e o rancor começou a borbulhar.
Nesta altura a cozinha estava cheia de fumo negro,
já só via o fogo escondido sob o tacho.
Cuspi na mistela algumas mentiras e estraçalhei algumas postas de orgulho.
Remexi tudo enjoado.
Pus a tampa na panela para não ver o triste esparregado.
Deixei o ódio apurar.
Deixei o líquido viscoso verter um pouco até tocar o fogo vivo.
O cheiro entranhou-se como malária doce.
Provei o contagiante aroma a escaldar.
Vou esperar para servi-lo frio.
Zé Chove
Uma pitada de má vontade e duas folhinhas de inícios de gripe.
Mexi o caldo fétido sem me exaltar.
Bati os remorsos em castelo com uma lágrima de raiva.
O fumo exalado pela sopa provocou tonturas, dificuldades respiratórias,
sufoco na garganta, mas não me deixei chorar, teria sido fatal.
Deixei a incompreensão crescer e o rancor começou a borbulhar.
Nesta altura a cozinha estava cheia de fumo negro,
já só via o fogo escondido sob o tacho.
Cuspi na mistela algumas mentiras e estraçalhei algumas postas de orgulho.
Remexi tudo enjoado.
Pus a tampa na panela para não ver o triste esparregado.
Deixei o ódio apurar.
Deixei o líquido viscoso verter um pouco até tocar o fogo vivo.
O cheiro entranhou-se como malária doce.
Provei o contagiante aroma a escaldar.
Vou esperar para servi-lo frio.
Zé Chove
Pedra do mar
Sinto a densidade da pedra fria,
Contra a cara adentro da memória,
Deixo que a praia estoire na minha mesa.
Mergulho no gelo veio de cristal,
Delineio as lambidas curvas das dunas,
Pegadas minerais no teu dorso,
e aspiro o sal do mar na dureza do teu rosto.
Zé Chove
Contra a cara adentro da memória,
Deixo que a praia estoire na minha mesa.
Mergulho no gelo veio de cristal,
Delineio as lambidas curvas das dunas,
Pegadas minerais no teu dorso,
e aspiro o sal do mar na dureza do teu rosto.
Zé Chove
Fabrik#3
A luz trespassava a velha estrutura,
fabril de metal decadente.
Fixei extasiado a sua altura,
raios de pó coado refulgente.
Cada passo ecoava na nave potente,
ainda sentia o seu poder produtivo,
adormecido nas máquinas em silêncio,
sonhador suspiro furtivo.
Perdido de louca ganância,
linhas de montagem infinitas,
estoiros cadenciados de metal.
Mão num motor, fitei a distância,
senti o cansaço das iniciativas,
esbofeteei o meu peso animal.
Zé Chove
fabril de metal decadente.
Fixei extasiado a sua altura,
raios de pó coado refulgente.
Cada passo ecoava na nave potente,
ainda sentia o seu poder produtivo,
adormecido nas máquinas em silêncio,
sonhador suspiro furtivo.
Perdido de louca ganância,
linhas de montagem infinitas,
estoiros cadenciados de metal.
Mão num motor, fitei a distância,
senti o cansaço das iniciativas,
esbofeteei o meu peso animal.
Zé Chove
Cheiro de alvenaria podre
Cheiro de alvenaria podre,
Lambido das paredes nuas,
Através de praças e ruas,
Silenciosas da velha corte.
Sob negra neblina de morte.
Carlos Marques
Lambido das paredes nuas,
Através de praças e ruas,
Silenciosas da velha corte.
Sob negra neblina de morte.
Carlos Marques
3.9.07
Adenda #4 - Time Iesum Transeuntum et Non Riverentum
We were searching for the secrets of the universe,
we rounded up demons and forced them
to tell us what it all meant.
We tied them to trees,
and broke them down, one by one.
On a scrap of paper they wrote these words:
(And as we read them, the sun broke,
through the trees.)
"Dread the passage of Jesus, for he will not return."
Then we headed back to our world,
and left the forest behind,
our hearts singing with all the knowledge of love.
But somewhere, somehow, we lost the message,
along the way,
and when we got home, we bought ourselves a house.
And we bought a car that we did not use,
And we bought a cage,and two singing birds.
And at night we'd sit and listen to the canary song.
For we'd both run right out of words.
Now the stars they are all angled wrong,
and the sun and the moon refuse to burn.
But I remember a message,
in a demon's hand,
"Dread the passage of Jesus, for he does not return."
...he does not return
...he does not return
Nick Cave
we rounded up demons and forced them
to tell us what it all meant.
We tied them to trees,
and broke them down, one by one.
On a scrap of paper they wrote these words:
(And as we read them, the sun broke,
through the trees.)
"Dread the passage of Jesus, for he will not return."
Then we headed back to our world,
and left the forest behind,
our hearts singing with all the knowledge of love.
But somewhere, somehow, we lost the message,
along the way,
and when we got home, we bought ourselves a house.
And we bought a car that we did not use,
And we bought a cage,and two singing birds.
And at night we'd sit and listen to the canary song.
For we'd both run right out of words.
Now the stars they are all angled wrong,
and the sun and the moon refuse to burn.
But I remember a message,
in a demon's hand,
"Dread the passage of Jesus, for he does not return."
...he does not return
...he does not return
Nick Cave
uma árvore ao vento #1
uma árvore ao vento,
o céu cinzento,
o frio da pedra,
a mágoa no peito.
o vendaval de luz,
que rasga os olhos de dor,
a frescura matinal no rosto,
o cheiro intenso a começo.
no sol de verão,
o castanho e o pó,
o sufoco ardente,
os montes secos de sombras,
e ao fundo o mar.
cintilando de azul intenso.
o prenúncio de frescura,
empurrada pela brutalidade das vagas.
a casa escondida dos velhos,
a irregularidade das formas delambidas de branco ferino,
o grande carvalho contorcido e tosco.
ao entrar o frio cego da cozinha,
dois passos e de novo a luz explodindo,
através das janelas da sala,
tudo o resto no silêncio negro,
a gruta protegida com cheiro a lareira apagada.
Zé Chove
o céu cinzento,
o frio da pedra,
a mágoa no peito.
o vendaval de luz,
que rasga os olhos de dor,
a frescura matinal no rosto,
o cheiro intenso a começo.
no sol de verão,
o castanho e o pó,
o sufoco ardente,
os montes secos de sombras,
e ao fundo o mar.
cintilando de azul intenso.
o prenúncio de frescura,
empurrada pela brutalidade das vagas.
a casa escondida dos velhos,
a irregularidade das formas delambidas de branco ferino,
o grande carvalho contorcido e tosco.
ao entrar o frio cego da cozinha,
dois passos e de novo a luz explodindo,
através das janelas da sala,
tudo o resto no silêncio negro,
a gruta protegida com cheiro a lareira apagada.
Zé Chove
uma árvore ao vento #2
o farfalhar das folhas e a renda de sol
através da tenda de árvores no jardim
desperta-me da "dormência" da tarde.
alguém se aproxima.
não bate à porta,
vai entrando.
não me queria encontrar com ninguém.
a doçura da solidão,
procurada envolvia-me.
nem sempre me sinto assim.
sempre gostei de novidades,
mas quando me deixo cair na letargia
custa-me a arrancar.
vieram propôr-me um trabalho.
construir um abrigo na serra para os pastores pernoitarem.
a serra é dura, áspera, seca.
a sua grande massa recorta
o céu com curvas gordas.
custa olhar para ela reflectindo sol em brilhos múltiplos.
o cheiro quente, dos tojos secos
acumula-se na garganta,
e a falta de sombras provoca tonturas.
Zé Chove
através da tenda de árvores no jardim
desperta-me da "dormência" da tarde.
alguém se aproxima.
não bate à porta,
vai entrando.
não me queria encontrar com ninguém.
a doçura da solidão,
procurada envolvia-me.
nem sempre me sinto assim.
sempre gostei de novidades,
mas quando me deixo cair na letargia
custa-me a arrancar.
vieram propôr-me um trabalho.
construir um abrigo na serra para os pastores pernoitarem.
a serra é dura, áspera, seca.
a sua grande massa recorta
o céu com curvas gordas.
custa olhar para ela reflectindo sol em brilhos múltiplos.
o cheiro quente, dos tojos secos
acumula-se na garganta,
e a falta de sombras provoca tonturas.
Zé Chove
Lenta e cadente
Lenta e cadente atravessou o salão
De veludo elegante vaporosa
Em falsos e ternos lamúrios me embalou
Nas doces mentiras da paixão.
Filipe Elites
De veludo elegante vaporosa
Em falsos e ternos lamúrios me embalou
Nas doces mentiras da paixão.
Filipe Elites
Morreu
Morreu.
Mas?...
Desta vez fiquei pesado.
Como chumbo no peito.
Tenho pena mas o primeiro pensamento não foi para Deus.
Foi para os seus e para o “como?”
Agora sim penso em Ti.
O lastro da tristeza dos outros afoga-me.
As maldades de ontem têm ligação com o que se passou?
Não posso pensar que Me pagaste os desamores com a morte.
Intoxicado de amargura num castelo em areia desfeito.
Asfixio com a vertigem num dia solarengo,
Que não condiz com o desalento.
Só as músicas me embalam nesta densa melancolia,
Não vi o corpo. Lembro o seu sorriso de alegria...
Foram curtas as notícias. Só o soco no peito.
Veneno doce que se toma dum trago.
Quis falar aos que me rodeiam.
Devia falar.
Não o conhecem... sofrerei sozinho.
No tórax reverbera um baixo de lágrimas convulsas licorosas.
A visão não me serve de nada. Mergulho nos pensamentos.
Zé Chove
Mas?...
Desta vez fiquei pesado.
Como chumbo no peito.
Tenho pena mas o primeiro pensamento não foi para Deus.
Foi para os seus e para o “como?”
Agora sim penso em Ti.
O lastro da tristeza dos outros afoga-me.
As maldades de ontem têm ligação com o que se passou?
Não posso pensar que Me pagaste os desamores com a morte.
Intoxicado de amargura num castelo em areia desfeito.
Asfixio com a vertigem num dia solarengo,
Que não condiz com o desalento.
Só as músicas me embalam nesta densa melancolia,
Não vi o corpo. Lembro o seu sorriso de alegria...
Foram curtas as notícias. Só o soco no peito.
Veneno doce que se toma dum trago.
Quis falar aos que me rodeiam.
Devia falar.
Não o conhecem... sofrerei sozinho.
No tórax reverbera um baixo de lágrimas convulsas licorosas.
A visão não me serve de nada. Mergulho nos pensamentos.
Zé Chove
1.9.07
Hoje não há nada
Hoje não há nada a conquistar,
está tudo desvendado,
já não temos trevas,
só o poder, o dinheiro e a fama
e a santidade.
André Istmo
está tudo desvendado,
já não temos trevas,
só o poder, o dinheiro e a fama
e a santidade.
André Istmo
No meio da neve pura
No meio da neve pura,
rasgada pelos troncos de árvores negras,
no silêncio mais atroz,
ouvi o teu grito alegre.
Lúcia
rasgada pelos troncos de árvores negras,
no silêncio mais atroz,
ouvi o teu grito alegre.
Lúcia
Bati com a cabeça no cavalo
Bati com a cabeça no cavalo,
chutei o cão contra a parede,
pisei-lhe a cara indiferente,
dor de dentes ardente!
Raiva nas palmas das mãos,
fogo nos pés descalços,
abrasados no asfalto,
unhas arrancadas a quente.
Abro gritando o jornal,
ódio louco incontido,
rasgo as folhas e rebento,
as entranhas ao vento.
Sangue quente despedido,
insensatez em todo lado,
perco a calma sem razão,
e mando uma chapada ao meu irmão.
Vasco Vides
chutei o cão contra a parede,
pisei-lhe a cara indiferente,
dor de dentes ardente!
Raiva nas palmas das mãos,
fogo nos pés descalços,
abrasados no asfalto,
unhas arrancadas a quente.
Abro gritando o jornal,
ódio louco incontido,
rasgo as folhas e rebento,
as entranhas ao vento.
Sangue quente despedido,
insensatez em todo lado,
perco a calma sem razão,
e mando uma chapada ao meu irmão.
Vasco Vides
Aguentarei
Aguentarei o embate
não vou mudar o meu rumo.
Chuva forte no meu rosto,
alma ardente e vibrante.
Não soltarei uma lágrima,
ao vê-los esmagados no chão.
Arrastarei o peso no cimento,
de punhos cerrados de paixão.
Não me interessa se chorarem,
vou lutar até ao sangue.
Mergulhando com força,
na luz que me queima incessante.
Louco e bruto de amor,
rasgo a carne com fervor.
Alma em fogo sorridente,
passo a passo viverei,
eternamente...
Paulo Ovo
não vou mudar o meu rumo.
Chuva forte no meu rosto,
alma ardente e vibrante.
Não soltarei uma lágrima,
ao vê-los esmagados no chão.
Arrastarei o peso no cimento,
de punhos cerrados de paixão.
Não me interessa se chorarem,
vou lutar até ao sangue.
Mergulhando com força,
na luz que me queima incessante.
Louco e bruto de amor,
rasgo a carne com fervor.
Alma em fogo sorridente,
passo a passo viverei,
eternamente...
Paulo Ovo
Novos
Mata o peixe com a cana.
Come o décimo bife.
Tu és novo!
Espalha terra pela cama.
Salta, grita e parte um vaso.
Somos novos!
Beija, chora, empurra e espalha.
Olha a praia e come a areia!
Élio Luis
Come o décimo bife.
Tu és novo!
Espalha terra pela cama.
Salta, grita e parte um vaso.
Somos novos!
Beija, chora, empurra e espalha.
Olha a praia e come a areia!
Élio Luis
31.8.07
Duas esquálidas irmãs
Duas esquálidas irmãs
andavam à solha no quarto
sem pele batiam nas maçãs
dos rostos de punhos fechados
chapadonas nas trombas macilentas
sacos de ossos em colisão
palmatoadas cada vez mais violentas
agressão gera agressão
Zé Chove
andavam à solha no quarto
sem pele batiam nas maçãs
dos rostos de punhos fechados
chapadonas nas trombas macilentas
sacos de ossos em colisão
palmatoadas cada vez mais violentas
agressão gera agressão
Zé Chove
Crescendo
Um brilho de vidro
cravado na sola do pé
dilacerou com requinte
a carne à sua volta e até
ao osso provocando agonia.
Diniz Giz
cravado na sola do pé
dilacerou com requinte
a carne à sua volta e até
ao osso provocando agonia.
Diniz Giz
Este papelote em que te escrevo
Este papelote em que te escrevo
envolveu um doce rebuçado
por agora não digo, não me atrevo
qual dos dois será o mais adocicado
o caseiro rebuçado ou o mel dos teus bejos
Zé Chove
envolveu um doce rebuçado
por agora não digo, não me atrevo
qual dos dois será o mais adocicado
o caseiro rebuçado ou o mel dos teus bejos
Zé Chove
A Clepsidra de Luz
A clepsidra de luz
esvaindo-se entre os dedos nus
abate seco o tempo
cadência do malho no feno
Maria Vouga
esvaindo-se entre os dedos nus
abate seco o tempo
cadência do malho no feno
Maria Vouga
No fulgor do sol parece quente
No fulgor do sol parece quente
mar mole e brando
mas no fundo é gelado
esmaga com um peso violento
Brás
mar mole e brando
mas no fundo é gelado
esmaga com um peso violento
Brás
Fauno
Vais bem armado bom soldado
deram-te o arco e as flechas
tens tudo menos as metas
sozinho vais a todo lado
são fortes os disparos das tuas setas
mas sem alvos voam incertas
Madalena Nova
deram-te o arco e as flechas
tens tudo menos as metas
sozinho vais a todo lado
são fortes os disparos das tuas setas
mas sem alvos voam incertas
Madalena Nova
Terror Infernal
Olhou a seus pés alto do cilo industrial
sugado por vertigem abismal
muralha infinita de betão
que o mar engole com fúria animal
com ribombo estoira um trovão
num hiato pára nos o coração
perante o terror infernal
nas trevas desvendadas pelo clarão
Lúcio Ferro
sugado por vertigem abismal
muralha infinita de betão
que o mar engole com fúria animal
com ribombo estoira um trovão
num hiato pára nos o coração
perante o terror infernal
nas trevas desvendadas pelo clarão
Lúcio Ferro
Gothic
Uma bela morte gótica
envolta em doce mistério
eu desejo meu amor
à noite no cemitério
sob um ogivado pórtico
Filipe Elites
envolta em doce mistério
eu desejo meu amor
à noite no cemitério
sob um ogivado pórtico
Filipe Elites
O alcatrão que trazias no peito
O alcatrão que trazias no peito
melou-se d'encontró granito preto
e pingou como mel gordo
morno sobre o meu colo.
Lúcia
melou-se d'encontró granito preto
e pingou como mel gordo
morno sobre o meu colo.
Lúcia
Brilhas ao sol pérola negra
Brilhas ao sol pérola negra
e já sangras garrida entre os meus dedos
arrancada aos espinhos doce menina
agora és minha, mordo-te com avidez
louco com o teu suco selvagem pespineta
adeus amora preta
Lúcio Ferro
e já sangras garrida entre os meus dedos
arrancada aos espinhos doce menina
agora és minha, mordo-te com avidez
louco com o teu suco selvagem pespineta
adeus amora preta
Lúcio Ferro
29.8.07
Ambiente Místico
Entraste reverente no grande templo
teus passos ecoam o infinito
num halo santo embalado
canto vaporoso de monges
a trovoada lá fora marcha
cais de joelhos.
André Istmo
teus passos ecoam o infinito
num halo santo embalado
canto vaporoso de monges
a trovoada lá fora marcha
cais de joelhos.
André Istmo
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