16.11.09

Vilas e Ovelhas Ranhosas VII

Húmus e morte. Evolado entre os troncos húmidos da floresta prossegue a história. Depois de horas sem vermos o sol de olhos postos no lodo, na companhia silenciosa dos espíritos chegamos. Uma casa perdida entre as árvores. Os ramos das árvores mais altas invadem as janelas e as silvas arrombam as portas.

Duas meninas sentadas placidamente no chão da sala olham sem expressão o padre. No compartimento contíguo vislumbra-se através de um postigo o dorso acinzentado dum cavalo.

‘Tarde
Boa Tarde
Sente-se
Quando é que o seu marido morreu?

As laranjas já foram a nossa riqueza.

Se um homem desisti ninguém lhe vem pedir contas. O que nos atormenta é ver os outros arriscarem os passos fora do caminho.
Assava umas batatas no fogo espetadas num arrame grosso. Fazia massa de pão. A massa colada torna os dedos mais grossos. Uma bola esparramada sobre o calhau de granito aquecido todo o dia junto ao fogo. Azeite e louro.

Quem me pode levantar agora? Se a fonte greta poderá o rio que corre a jusante com todo o seu caudal voltar a trás e reanimá-la? Mas vai desesperar não passou já a sua hora? Será indigna a retirada sem nada mais que dar. O esbanjamento não será por ventura a maior glória? Mas gloriamo-nos das nossas represas fétidas de águas paradas. Oiços passos absurdos na estafada mãe d’água e choro com semelhante entrega.

Corda-Bamba


Vilas e Ovelhas Ranhosas VI

Facilmente me encontro perto do choro. Reprimo as lágrimas perante as maiores alegrias e tristezas dos outros, não suporto que me descubram lágrimas nos olhos, só ia piorar. A minha vida não me provoca qualquer emoção.

Andámos perdidos horas e horas entre as árvores e montanhas. Junto aos rios a vegetação é mais feroz e os espinhos reclamam pela carne. Os leitos de rios mortos escondem serpentes entre o lodo. Se largamos o rio as escarpas tornam-se abruptas. Aguçadadas como lâminas.

Tou tão doente. Acho que vou morrer. Senti-me virado ao contrário com os repelões dos vómitos no caminho para casa. Os olhos brilhantes da febre, a palidez da pele, as costas recurvadas do peso da cabeça devem ter provocado a compaixão das velhas com quem me cruzei no metro.
Maldito caril estragado. Atacas como um vírus aspirando-me as forças.

Não que nunca tivesse pensado na morte. Quem é que nunca pensou?

Olhou-me como se já nos conhecêssemos com uma insistência desusada entre os que andamos a pé pelas calçadas da cidade. Algo nos une. As mesmas fraquezas dão semelhantes tremuras nas pálpebras dos olhos ou tiques nas mãos idênticos, por vezes a mesma cadência cautelosa no respirar.

Partilhamos as mesmas revoltas interiores desde sempre e o nosso coração sempre se encavalitou do mesmo lado da amurada.

Vilas e Ovelhas Ranhosas V

As sopas grossas eram o verdadeiro brasão da casa.

Nem é meu hábito mas gritei-lhe “não, não é o tédio. O nosso verdadeiro problema é a preguiça. Uma preguiça básica. Não uma preguiça astuta. Uma preguiça dengosa que molda as pessoas como dois corpos metálicos incandescentes. A busca gulosa da satisfação a dois iliba-nos a consciência. Imagina todo um povo...” Sentia o corpo tremer de indignação e vergonha pela exaltação. Nunca fui de extremar opiniões. Sempre alimentei uma certa tepidez nas relações. Tentei olhar humildemente para o chão em busca do perdão pela ousadia.

Vilas e Ovelhas Ranhosas IV

Escrito no livro de contas da taberna... lido com o dinheiro. Chamaram-me o filho do Pragmatismo. Fui alcançando uma proeminência diria quase física sobre os que me rodeiam. A começar pelos meus filhos.
Pestanejo sempre que tenho de calcular trocos. Devo ficar com um ar deveras aparvalhado. O meu sucesso é a minha mulher. Se não fosse o seu jeito na cozinha à muito teria fechado as portas. “O segredo está em não mudar o óleo”.

Recolha de escritos avulsos feita por um louco da nossa vila encontrados pelos filhos do padeiro Elias enquanto brincavam numa antiga cisterna seca. Chamava-se Carlitos. Costumava assistir à missa. Benzia enquanto-se ajoelhava com um gesto amplo e quase dançado. Sorria satisfeito quando as beatas velhas lhe afagavam o cachaço como a um potro. Dir-se-ia meigo mas rosnava se não ouvia as respostas ao ofício do seu vizinho do lado. As calças de bombazine gastas davam-lhe um aspecto de trapo.

Vilas e Ovelhas Ranhosas III

Um incêndio. Um lugar morto. Um dente podre entre o casario desarrumado encosta abaixo. E decerto um espírito ensandecido que agora vagueia em busca de morada. E nem o calor das vigas enegrecidas... Mas decerto depois de envolvido nas vinhas selvagens e abrunhos-juvenis... reconstrói-se o lugar. Uma churrascada e abençoa-se de novo o lugar semeado de vinho novo.

Acidez. Aqui os frutos não chegam a amadurecer. Vergam os ramos com o peso rijo da juventude. A geada corrói a pele. Queima. O solo traga a fruta esquecida pelo vento. Acidificam-se as entranhas dos rebentos raivosos por uma dentada amorosa que não chegou a ser desferida. Tanto sumo que ficou por verter.

O sangue escorre pelo degrau. A faca. A cozinha escancarada revela a fornalha onde se refastelam os gatos. A chaminé larga esconde a fuligem até ao céu. A sujidade escondida imprime carácter às coisas. É assim...

A bosta das vacas que se acumula nos estábulo se não é removida enrijece como argamassa. Anos e anos de bosta acumulada reforçaram os alicerces do nosso estábulo. Os pintassilgos debicam o feno repisado.

A tia T.. guarda o feno num poço. As compridas forquilhas ameaçam os céus. Ninguém guarda o feno em poços. Ao final da tarde quem se aproximá-se podia ouvir os guinchos das lutas de grandes ratazanas perdidas entre o feno. Ninguém gosta de ser interrompido nos seus actos íntimos, muito menos pelos seus semelhantes.

Ninguém discute a proveniência das águas do rio. A água é preguiçosa e vai moldando os leitos em curvas quase humanas. As “represas” abandonadas são como segredos escondidos na frondosidade da galeria fluvial. Um corpo insepulto, um nado morto, uma relíquia partida, um braço amputado: os nossos segredos apodrecem entre o húmus esquecido na sombra.

Vilas e Ovelhas Ranhosas II

Este pelorinho enfezado no centro da praça, sobre um pódio de escadas mal calibradas aos passos duma pessoa, pesa demais sobre as nossas costas.

Criamos burros. São lanudos e atacam tudo o que tenha um cheiro agradável. Não se lhes pode oferecer um troço de chocolate que nos tentam mastigar o braço de seguida. São largados nos terranos de pousio e estraçalham até as canas que vicejam junto aos rios.

Uma sombra fria infiltra-se pelo musgo que cobre as pedras dos rios. Pequenas serpentes e sapos. A peçonha. À noite choram e piam omo almas tristes enquanto se fabricam as neblinas matutinas.
As águas são gélidas como as mãos das crianças. A água é uma dádiva sagrada e a noite a sua mãe.

Diz- se que ainda vive uma velha madre no arruinado convento. As galinhas bem as vemos para lá andam. As águas da fonte carcomeram as caras das gárgulas e pintaram-les barbas de limos.

Qualquer homem desta vila tem barbas. O tio t.. ainda trabalhou na construção da escola.
Camisola grossa. Mãos grossas como o tronco das árvores. Mais que a idade conta o trabalho feito e o melhor indicativo sãos as unhas. Grossas como carapaças.

Carapaças e capas. Castros. De que falar se não há guerras? Só nos restam as muralhas e a decadência. A figueira que irrompeu no antigo torreão luta com o vento impetuoso. E a guerra é uma dança sem fim. As raízes mordem a terra. Os frutos acidificam os solos.

A fruta louçã sobre a mesa atoalhada espelha a exígua sala. O odor duma casa marca a verdadeira identidade dos seus moradores. Lenha, bafio, refogado, azeite, fogo. As paredes nuas ora cegam de luz ora morrem na sombra. É um santuário. Ouvem-se os gemidos do soalho. Um homem de joelhos pode idolatrar o seu lugar.

Vilas e Ovelhas Ranhosas I

Esta história passa-se numa vila que nunca conseguiu chegar a ser cidade e cresceu tanto que a deixaram de chamar aldeia.

Os dias soam nascer iguais. Avaliando pelas manhãs diria que é sempre primavera. Um nevoeiro denso cobre tudo. Os rios correm perto quase sempre fracos mas com um rumor constante.
Cheira a molhado e a vetação fresca. A humidade é má para os ossos dos velhos e as ovelhas ficam ranhosas...

O padre passeava na mata. Era estranho vê-lo de batina entre os arbustos revoltos que se agarravem às árvores. Com uma pequena tesoura de poda libertava os jovens carvalhos da prisão das silvas.
Missão redentora sem dúvida. Era magro e tinha um sorriso satisfeito.
As árvores mais velhas curvam-se.

Curvado no confessionário desenleia os fiéis do sufoco dos espinhos da alma. São sempre os mesmos pecados. A luz não chega ao tecto da velha igreja. Granito e xisto. Bastante asseada pobremente asseada.

Os caminhos secos e encurvados estratificam as montanhas em torno. Os muros de xisto serpenteiam, por vezes caem e falam sempre de um trabalho árduo feito um dia no princípio de algo.
Os inícios são sempre fulgurantes. Não haveria obra se assim não fosse. Estes símbolos dos começos enchem de melancolia as paisagens. É ainda mais duro mudar o que já foi erguido e a cristalização das formas verga-nos a vontade.

29.10.09

In & Out

Não pedimos para crescer o que crescemos
Não conjurámos estes tiques de banqueiro arruinado
Não assumimos o passo dado
Não cedemos à graça não cedemos

Sumo de laranja bronzeado
Raparigas de sabor a piña colada
Pétalas soltas no relvado
Ondas de cloro inebriado

Nunca nos centramos em nada
Custa sangue a decisão
Cortamos assim o cordame
E vogamos nos cabos da ilusão

Cocktails purpúreos fumegantes
Vernis batons halogéneos
Passos felinos passos ingénuos
Entrega sem cedência do sagrado

Agora que nos libertámos da Antiga inibição
Vergámos as cervis ao instinto
E agrilhoámo-nos a uma escravidão
Auto-imposta que se sacia no suicídio

Dás duas voltas sobre ti mesmo antes de te sentares
Na sombra do porão onde a água do mar não seca
Aligeiras o pulso e sentes o peixe picar
Amanhas o monstro ainda abocado ao anzol
Deixas que te sangre a úlcera

Floresvermelhas brancosvestidos
Frangosnagrelha noscoposvinho
Olhosnaterra aolongeomar
Seaalmaencerra ocorpodá

Troçamos dos clássicos junto ao balcão
De externo moldado ao alumínio

Lúcio Ferro

27.10.09

Cocktail




Lamentações

é árdua de trato e veste-se de desolação
é laminar como a verdade pura
a sua presença exige eterna renovação
o seu silêncio é a minha secura

Tomás Manso

Violação

Branco-halogénio
restos. a laranja violentada
sobre o mármore da cozinha.
o sumo reprimido com pudor
se aflora aos citrinos lábios.
A pele é derramado leite
apodrecendo sobre a bancada fria
o corpo inerte como farinha
não leveda
esfriam-se as cores nos azulejos
sem reflexo

Filipe Elites

Estado divino

Estado divino
não chega a haver um estado...
apenas um ligeiro prurido

..........................................................

Se me descanso sobre um rochedo
as arquejantes costas batidas
por ondas que morrem cedo
náufragas a meus pés esquecidas

Nas escarpas ecoam esperançosos
risos pelo vento recolhidos
em fermosas redes de suaves cordas
onde nos abandonamos loucos, risos.

Madalena Nova

SLB

SLB Orgia de Golos

12.10.09

A noite flui cristalina e rubra no vidro de cristal
a noite desce de mansinho como o vinho dentro do copo
a paixão cresce com a suavidade de um anoitecer ou de um amanhecer
E afaga o cabrito-sol
e ainda tem tempo de tocar o dia
por vezes a paixão encabrita-se e é necessário afagá-la, amansá-la
A Lua e o Sol
Perseguem-se como dois amantes inconfessados
Brincam tocam-se cedem e concedem
Envolvem-se azeite e água e choram
Assim assim uma vez e outra sem nunca se falarem
(assim assim) referência ao namoro entre dois entes
puros como só os astros sabem sê-lo
O namoro visto como água e azeite ohohoh
Exibem troféus seus anjos
aqui podem incluir-se todas as maravilhas
provocadas pelo sol e pela lua:paisagens, sombras, reflexos, sonhos que provocam
Os amantes de certa forma também exibem os seus dotes e entregam-se mutuamente
Emprestam e experimentam sobre as mesmas árvores
noite e dia actuam sobre o mesmo mundo mas em alturas diferentes
A entrega da interioridade, a partilha dum mesmo mundo
Pode ser doloroso
Mas quem diz que se conhecem?
Como dizia o Rilke: o amor são duas solidões que se protegem uma à outra
Quem poderá entregar-se totalmente? Conscientemente
Partindo do pressuposto que o amor é entrega de si... Será que podemos conhecer totalmente a interioridade de alguém, ainda que nos seja tão próximo?

25.9.09

Fomenko


Coração

Um coração esquecido no fundo
Das redes de pesca duma praia esquecida
Varrida de vestígios pelo vento
Vibra ainda o coração como um peixe
Mas cada vez mais hirto sob o império do sol
Já fede adensando a fétida podridão do sargaço
E perde-se na imensidão das areias que só conhecem o vento.

Lúcia

Podemos sempre forçar a Melancolia

4 da manhã
Mais um voo sobre o Campo Grande
Para onde vai?
Convenço-me de que a escrita
não deve versar sobre a realidade
não interessa. Oh sobretudo a música
o sonho a loucura.
Espamos sobre espasmos sobre a espumosa brandura
Criação convulsa
A noite cala-se lá fora
Por respeito
A um carro que lentamente a cruza

Orlando Tango

Tentação

Aproxima-se toda fêmea
De mãos e joelhos por terra
Petrificado espelho a insinuação
Das omoplatas, desejo
A tentação é o mosto que lhe escorre
Pelo queixo
E é também o tempo que se prova com um beijo
...................
Chegou algum dia a sublimar-se tal ensejo
Estabiliza-se o movimento em repugnância
Dança dança decadência...

Lúcio Ferro

30.7.09

Discorro com a lucidez
Do fruto fermentado.
Sou o novo Baco que ousou
romper o velho odre.

"Só voga de noite o barco mítico
E assombra os peixes de dia.
As algas mortas escrevem a pureza
Das areias brancas
Acrescentam-lhes o relevo"

Lamento sobre a orgia
sobretudo vomitada:
"A Polpa dos frutos enjoa
A árvore enjoa. A fibra distendeu-se podre
desde o início e a doçura precoce foi um logro."

Chafurdo em toda a gamela.
Presto culto ao nada.
Transbordo lama vulcânica
Do meu peito infante.
Eternamente me converto a uma Ração de Marrãs.

"A nobreza do bago temprano
Destila vileza
Ao sol de justiça exposto
E em breve seca..."

19.6.09

A culpa não é minha
A soma é real
Decalcam-se na vidraça de meus olhos
Extractos de objectos que me enquadram
Me impedem de cair
Uma estrada de alcatrão
Duas dolentes calçadas como asas
E um escorço do exército de alinhados plátanos
De troncos manchados pela chuva
Adensando o fundo de verdes férreos
Ordenando a matéria as matrículas dos carros
E a sequência finita dos pilares junto aos lancis enferrujados
A tentação é o infinito.
E no entanto estanco a cada passo e gravo
Mais uma prancha de volumes sintetizados
Um parque de parda relva macerado verde
E várias pedras incrustações na terra pedras
Uma bic cristal sem carga carregando o brilho do sol
Sal pisado, elementos que se multiplicam em mil reflexos
Carteiras de instantâneos desdobradas
Individualização do que se prova colado.
A perspectiva jorra sobre o plano-chato
Que se arquiva na memória
A memória é ávida como um sótão
Jamais se enche na sua aleatória arrumação
Que o que se perde não ocupa espaço
Não conhece nem o dia nem a noite
Onde apenas baloiça esquecido um vago candeeiro de tecto
Entre caixas e mais caixas e concerteza muito mais caixas
Cheias e vazias lado a lado juntas segundo algum critério
Mas com critério aquele que é mutável.

Orlando Tango

Andor Azedo

Mais açúcar numa bica já cheia
Dissolvo tudo até se tornar concreto
O que foi doce é hoje um andor azedo
Um barco que sobe o Tejo contrafeito

Madalena Nova

For You My Love

Que belo o que escrevo se trás o teu cheiro
Contagiado em teu verde ópio lírico
Percorro o delírio irmão mais velho
De tuas veias dissolutas em Ouro onírico

Lúcio Ferro

30.5.09

Decisões Betonadas

permanece na memória, imarcescível
das decisões betonadas
com a sua vida parada e uma armação inamovível

A noite desceu infrene
O meu maior medo é que me venha a falhar o coração

Zé Chove

nas praias de mares distantes

nas praias de mares distantes, sob um sol apaixonado e sem consolação

Imobilidade petrificada da sua forma branca

Perturbou profundamente o meu espírito com o horror passivo e irremediável da cena

Rolando Rabaça

Hammond na bagageira

Pedrito e Júlia percorriam a costa do mediterrâneo num furgão
Com um Hammond na bagageira
Espalhavam sua magia romântica
Pelos estabelecimentos onde se joga o bingo sueco

Rolando Rabaça

Canção

Canção - Canção

Écloga – temas pastoris = idílio ≈ bucólicas

Elegia – choro lamento (escrito qd alguém morre) confira cinzas de la muerte, tristes de Ovídeo, lamentações de Job e Jeremias 10sil 6ªe10ª

Dolora (esp…) – variante da elegia. Pequeno tema afectuoso e sentimental

Epigrama – curta – breve – satírica – festiva

Epitáfio – destinado aos sepulcros. Dedicado a um morto.

Epitalâmio – cantar o amor entre os novos esposos

Idílio – poema curto de tema bucólico_idilio significa pequeno quadro: 6 ou 7 silabas
Natureza idealizada

Letrilha – poema fácil de carácter amador ou burlesco. Repete o estribilho no final de cada estrofe

Madrigal – composição breve de tema amoroso. Exalta o amor e a graça feminina.

Ode – referente ao canto. Interpretava-se acompanhada pela lira. Tema diverso, linguagem elevada. Descrição lírica do belo e dos valores dos seres humanos. Exaltação e elogio de personagens e instituições.
Tipos de Odes segundo o tema: heróica, sagrada, moral…

No Hino o tu tem poderes superiores de resto é igual à Ode. Eram os cânticos de louvor aos deuses gregos.

Ditirambo – dança africana. É um hino em que exaltação atinge o êxtase.

Salmos – Hinos litúrgicos

Epinicio – aos heróis dos jogos olímpicos

Sátira – Propósito crítico ou humorístico. Confira sátiras de Menipo e cantigas de Escárnio.

30.4.09

A Profecia de Leverkühn

"Toda a inspiração Vital da Arte, creiam-me, há-de alterar-se, tomando o rumo da modéstia e da jovialidade. Isso é inevitável. Será uma evolução benéfica. Boa parte das ambições melancólicas se desprenderá dela, e uma nova inocência, ou até mesmo uma genuina inocuidade, ser-lhe-á peculiar. O futuro verá nelaela mesma verá em si novamente a serva de uma colectividade, que abraqngerá muito mais do que apenas «instrução» e não terá, mas talvez seja, cultura. Para nós, é difícil imaginá-lo, e todavia isso existirá, será totalmente natural: uma arte sem sofrimento, psiquicamente sã, desprovida de solenidade, nada triste, sociável, que tratará por tu a humanidade..."

Thomas Mann - Doktor Faustus

Arca Velha

Afago 1917 em rebites na tampa do baú
Onde guardo a memória e sobre o qual me dobro
Um dia o sol entrou nesta sala
Como o baú tão oca e seca como a brancura
desta cal que greta onda o olhar se perca
absorto em tanto traço do passar do tempo
onde tudo converge e se intersecta
em velho couro tisnado de arca velha
que calor da solidão verga e desenha
um novo mundo em linhas perdidas
percutidas por uns dedos distraídos

Zé Chove

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...