Surtado coração por entre silvas e malvas, o sangue flui na
resina da roseira e a carne faz-se pão, o fulgor do vento força
o fumo a atrofiar os quartos da casa quem nunca escutou um
festivo tiroteio e um pivete de fuzil na mão e as ânsias
que vagueiam entre o sonho de uma casa rustica perto das rochas
e um vencer a lotaria ou uma quaresma de putaria mas o olhar
disléxico de novo afunila na fragmentada rua que trepa morros
fora tijolo escada e escarpa e estilhaços de céu que cegam o
peito é um ermitério cheio de refugiadas revoltas e alegrias
tolas que a boca de pedra sela inventemos então as vozes
interiores com quem desabafar elejamos o cabrão o porco o rei
o anjo dentro de nossa canalização e aprendamos a apreciar o
nosso próprio vómito tenhamos o garbo até de o pintar com
diferentes fragrâncias papilando-o de taninos e sais e molhos
suculentos uma barca cruza o nosso horizonte negro de
guanabara com a sua cintura odalisca de luzes ali no morro
cara de cão fica uma virilha acolá o forte de niterói outra
virilha e o atlântico ah o atlântico não saio. entro em
atlântico