24.5.12

Vera Cruz


São ideias sem conexão
mas suscitadas pelo mesmo paredão granítico
um império imponente das selvas erigido
e a moral que como as águas do alto se despenha
da mesma pedra a estátua e a mó se lavram
na mesma penha uns o seu topo alcançam
outros lá do alto se despistam
a mesma pedra no oceano se afunda
e afunda o peito entre as nuvens
e o sol de frente olha
do âmago da terra é filho crescido
O pão de açúcar acompanha lá do alto
as caravelas compadecido
dum povo que avança estarrecido
que no novo mundo a pisar se atreve

Orlando Tango

Lutos e Sungas Negras


Em sinal de respeito pelos fascistas camisas negras, por todo o povo cigano e ainda pelas viúvas enlutadas só uso sunga negra e recuso-me a discutir com alguém outra qualquer possibilidade.

Da preguiça à Macumba


No fundo eu sou um grande preguiçoso e só faço o que me dá prazer. Felizmente algumas coisas que me dão prazer são vistas pela sociedade como sendo trabalho. E por essa conjunção de pontos de vistas em relação ao leque das ações humanas, públicas e pessoais, e respectiva valoração monetária, ainda não morri de fome e posso encher a cara nalgumas sextas-feiras do mês.
Agora não venham é com merdas de burocracias, porque isso é obrigar-me a levantar o cu para coisas que eu dificilmente compreendo para que é que servem e para rituais enigmáticos já disse que não dou um tusto para burocracias, maçonarias ou macumbas feiticeiras vão se todos cagar dum precipício acima.

Vidas de Merda


A minha vida são estas águas. Sentia-me como um cagalhão de pois de darem a descarga, turbilhão e um sistema branco, duro e frio que se regozija com o meu afogamento. Ficaram só com o meu cheiro que é como quem diz a minha identidade e recambiaram-me para outro setor na esperança de nunca mais me voltar a ver. Por isso admiro a boa e velha latrina, a terra abraça a merda mas constrói algo com ela. Eu trato os outros como merdas mas abraço-os assumo o seu cheiro e segredo-lhes ao ouvido : “juntos venceremos”.
Em casa do meu avô havia uma torneira de descarga sanitária que dizia qiluvio. Em criança eu partia a cabeça tentando desvendar o significado, pensava porque não seria quiluvio, o que queria dizer, com os anos deslindei a possibilidade de ser diluvio ao rodar a torneira e ainda hoje penso na maldita palavra, penso também no diluvio vetero testamentário quando a ira divina puxou a descarga, talvez esteja próximo uma nova limpeza da face do planeta. Vários indícios históricos e geográficos atestam que houve um dilúvio à escala planetária. Recentemente um grupo de cientistas defendeu que os gases dos dinossauros contribuiram para aquecimento global. Penso que diluvio tambem contribuiu para uma renovação do ar.
Penso que vi aqui no Rio de Janeiro uma freira que costumava ir à Missa em São João de Brito. É baixinha e duma velhice louçã que as pessoas de Deus são conservadas numa espécie de juventude sorridente, lembro-me que ela costumava fazer a leitura antes da proclamação do evangelho e muitas vezes fazia a leitura da oração dos fiéis e que na altura de pedir pelos rapazes e pelas raparigas para que encontrassem a suas vocações, ela substituia a palavra raparigas por meninas porque raparigas no brasil se refere a uma mulher prostituta. Lá ia ela na Lapa perto da igreja do Carmo. Sempre sorridente atrás dos seus óculos redondos.
Se o tempo vai passando cada vez mais rápido, entreguemo-nos ao tédioe ao desleixo que hão de tornar a nossa vida mais longa.

Sobre o Terror


Qual será o maior terror? Cada tipo de local tem os seus medos específicos. Quanto mais se nota que o tempo devastou um lugar, maiores as possibilidades que nele se tenha instalado algum tipo de malignidade ou bondade, sim refiro bondade que pode ser tanto ou mais assustadora que as manifestações malignas.  A ancestralidade e a decadência provocam em nós um temor, também tudo que que se encontre num estado mais selvagem. O desconhecido tem um ascendente sobre nós. A desordem tem quase sempre algo de desconhecido. A desordem pode dar-se em vários aspetos, um lugar pode ser muito organizado físicamente, um claustro mas som estranhos ecoam nas galerias como sons chicotadas extremamente fortes num ritmo acelarado ou o som de multidões de vozes dando indicações avulsas num tom monocórdico sem que se saiba de onde vêm as vozes ou se todo o claustro estiver submerso debaixo de uma água verde ou se ao atravessar o claustro de súbito os céus se põem num lilás surreal entrecortado por clarões esverdeados ou ainda se de uma escadaria no centro do claustro que leva às caves começamos a ouvir alguém que chama em sussurros clementes seria também uma desordem se das portas que dão para o claustro começassem a sair lentamente várias bestas felinas de todas as raças que no mundo existem e ao deixarem a sombra das galerias subitamente se atacassem umas às outras com rugidos ferozes.
Sempre que mudamos de meio sentimos uma excitação. O hábito dá-nos um controlo cada vez maior sobre o que nos rodeia. Perder o controlo da realidade é um fracasso ou descuramos a nossa racionalidade ou perdemos a rédea da nossa emotividade.
(por isso nos provoca repulsa a avistar súbito de uma serpente, é abstruso um animal sem pernas e que não faz qualquer som que denuncie a sua presença). Por isso nos assusta profundamente se o telefone toca a meio da noite, felizmente tenho o sono pesado e nunca fui perturbado por tamanha irracionalidade. 
"Sim, com Deus! Liberdade , vida nova; ressurreição de entre os mortos! Que momento glorioso!"

22.5.12

Dostoyevsky na Prisão

é o mais careca

Cordas e Corpos


memória enforcada que o corpo
não absorve trauma despenho
da lava ribanceira de fogo
que mar não engole doença da alma

um segredo na lama pantanosa
um miasma de osso pulverizado
violência esquecida no esqueleto
que geme pranchas sob suas botas

o ânimo rompe em lascas de lágrimas?
o corpo dissolvesse em ácido rancor?
espinal medula exposta ao vento da vergonha

o despenhadeiro derradeiro da corda
que balança perto do candeeiro medonha
o retesar do pescoço o cordel estoura

Diniz Giz

Trip Luso-brasileira ou Brasa Lusitana


bebe bebe bebe leve cada vez
mais leve
quem se atreve a questionar
os homens que estão em greve
sem trabalho sem comer
sob o sol ou a chover
mil homens são um homem só
figura decadente um traste mete dó

de que estamos à espera
que passos estamos a dar
que vamos tão apressados
os olhos sem se fixar
corpo de máquina sem falar
que ímpeto tão cego te leva a caminhar
e de súbito aceleras
pelos corredores afora
todo engravatado
o rosto esbaforido
um ar desconsolado
técnica, técnica
desenvolvemos tanta técnica
que já nada fazemos que tenhamos de usar as mãos
e andamos tristes se as coisas não chegam ao correio
e acreditamos que toda a felicidade se compra com dinheiro
e corremos para o metro e não queremos suportar o nosso próprio cheiro
falamos rápido pelo telefone e embasbacamos entre companheiros
não aguentamos e não aguentamos a líbido dispara na internet
mas nunca tocamos numa mulher
não aguentamos as defesas caem online e abrimo-nos à loucura
mas nunca afagamos uma nuca, nunca beijamos uma boca, enfiamos a touca
não quero mais dançar o tecno não quero dançar eletrónico
eu quero dançar agarrado a uma dama eu quero dançar o forró

II

aqui estamos olhando atentamente os calcanhares
curvados em prostração reverencial
e nem nos atrevemos a levantar o olhar
elas bailam e nós veneramos
são as passistas no calçadão
que passam de patins de ar distraído
shortinho curto e cai-cai
com os fones nos ouvidos em plena abstração
passam loiras passam morenas
passam índias passam mulatas
e os nossos olhos giram presos de admiração
vergamos as cervis pasmados
vivemos presos de tal imigração
passam alemãs passsam chinas
passam brazucas passam irlandesas
quase deliramos com tal manjar rodopiante
que por nós passa veloz
que por nós passa sem olhar
de olhar semicerrado
com o queixo empinado
e quem nos dera saber patinar
e partir na sua esteira
e caçá-las em movimento
e amparar-lhes a cintura
suste-las no ar um momento
a brilhar no calçadão
deslizando em copacabana
patinando ipanema

III

daqui prá frente só fica mais penoso
uma já foi uma outra aguarda à porta
que te facilita o caminho e o torna mais prazeroso
uma é difícil a segunda é custoso
a décima ainda deixa culpa a vigésima é um jogo
mas o abuso vai apagando a imagem
do que foste e não és mais
és um adulto com cara de puto novo
com um peso na consciência
que dia a dia fala mais rouco
que cada dia a dia fala menos e te vai deixando louco
o castelo vai crescendo à tua volta
pedra a pedra te foste cercando nesse calabouço
agora estás sozinho
gritas alto mas não te ouço
vais morrer sozinho meu grande mentiroso

estamos a falar claro?
ou temos que falar mais alto
sentiram o nosso encosto
ou temos de espetar a faca
vejam nossos olhos raiados de vermelho

pal palmas
pal palmas
sal saltem
sal saltem
o dia dontem não vem
o dia dontem nãovem
sal saltem
homens ao centro
meninas na parede
pa parem
pa parem
não olhem
façam o que vos mando
não pensem

vamos caçá-las
as caçulas
sol sol
que assolas
os casulos das borboletas
e das

eu vou cantando o que sai
o meu amor não é firme
é flexivel como chicote
quando estou a vir-me
embora dou-te um beijo no cangote

IV

e já na noite rodeado de cuícas
sons estranhos dos becos e avenidas
tento fugir dos ladrões e dos polícias
me enfio por entradas e me perco nas saídas
o dorso do meu cavalo
prateado do suor
de correr atrás do amor
é um sinal minha amada

e nos céus tingidos sangue
um passarinho avoa
é um coração exangue
sob os telhados de Lisboa

falo de amor mas não sou que falo
é caetano e chico juntos
é bowie e lenon na casa
que nunca namorei neste mundo

a filosofia abeira do precipicio
faz-me suavemente balançar
prefiro umas mãos que em silêncio
carinhosamente me venham empurrar
caridosamente

V

caixa de lata
chocalha
com os tostões
negócios falhos

pobre portuga
largado
pelos mares do sul
já do sol tostado

o lusitano
casado com a mulata
de sunga e chanata
virou baiano

virou o vira axé
e o choro era fado
agora só come filé
farofa e feijão no sábado

trocou o azeite por mangue
e as rendas por cipós
cruz de Cristo no sangue

lalalalalalalalaços
que nos prendem
laalalalallalaços
de sol e luz
como espantalhos
fazemos o que nos mandam os céus
lalalalalaços
voamos entre as ávores
como as nuvens entre as montanhas
somos espantalhos
amassados de velhos trapos

cangote do corpo amado
a que apoio nos dias maus
cangote abençoado
onde assentei arrais

és um porto seguro
um abrigado cais

VI

caveira de rubi
onde prescruto o passado
o meu futuro entrevi
que o destino está traçado

entre as ondas dum tesouro
em que encontrei tal caveira
busco um artefato outro
que mude a dianteira
do meu novo convertivel
converta-se arrependa-se
arrenda-se esta morada
esta casa da alma

GNR e Chocos-com-Tinta


ouvindo GNR a caminho de Tróia
sinto me portugal sinto me insular
sonho lusitano sonho bailar
sou um reininho se vou a tróia

e agora instala-se a Troika
é uma cadela putana Tróia
que antra por trás
se a noite vem
se ela se vem fica mais louca

é Sesimbra ao longe
é uma barca
afunda-se o sol
sebastião salgado
o sol afunda
no mar salgado

descargas de choques
no porto de setúbal
choques de tinta
laranja e rosa
bloco na estrada
bloco na cavidade do dente central
devoro a carne toda
resvalo na rocha

Venham as Febras, Venha Mostarda


venham as febras, venha mostarda
salta a cancela, faz-te à estrada
foge com as cuecas na mão
que o país nada tam na mão
e tenta caçar-te pelas cuecas
como à tua prima
que foi caçada em contribuições
faz-te ao mar
e não olhes pra trás
engole o oceano se estiveres com fome
vive na praia
agarra o último camarão
antes do pôr do sol
e se o papão tentar segurar o bolso
morde-lhe a mão
não te prendas com as dívidas

Nada sem Ar


nada se entende nada sem parar
que quem nada não se afunda
e se em nada se afunda
já mais se afoga

quem escreveu esta barbaridade
prendam este selvagem
abracem-no na esquadra
que lhe sirva por muitos anos de estalagem

despejem mosquitos e outras pragas
nas frinchas da janela
tirem-lhe o ar

Tragádias


maremotos de lágrimas
coados num boletim de tragédias anual
quero engolir os teus mosquitos agora
apreciar as crostas de sangue ressequido nos pulmões
oh morte adiada em frigoríficos sociais

Abat-jour de Enfartos


um abat-jour de enfartos
uma malga de ácaros
e um relógio que bate em retirada
os passos sobre a água das pombas
fedem
fedem
os canos nas trapas
fedem os canos pluviais das casas
choram os líquenes nos beirais
e ao fundo as paisagens desfocadas

Mosquito Dengoso
"não era sarado, subnutrido"

16.5.12

Eu Morro da Providência


posurbano pseudoimigrante com um pezinho nas pistas de dança


os ban a delapidarem o bowey
e os heróis do mar a cravarem em não sei quem

dá me um ideal
meio arraçado
dá um ideal
de cigano

não engraçado
dá-me um abano
escorraça-me do país
põem me num chaço

dá-me um abraço
e despacha-me pra outro país
esta crise não se aguenta

vou sair de boteco em boteco
refazer os nossos passos

deixa-me surdo
deixa-me surdo
por um segundo
deixa-me surdo

entre os tanques de sangue do mal
caminho de postos no sol lá no alto
de ficar da sua luz não tenho temor
guia os passos faz me ir até ti Senhor

Cague de procurar um país para morar
nuns dão-me trabalho e despesa
noutros não me dão nada
brasil, macau e dubai, angola ou dinamarca

sensação de aperto uma vez mais sem grana
aperto o cinto já todos os ossos sinto
onde outrora corriam sonhos agora só vejo problemas
e tento em vão socorrê-los mas eis que se afogam
em mais uma caneca de cerveja

deve ser isto a idade a adulta
um desejo de comodidade uma vida sem necessidade
quem me dera aposentar-me e não ter de pagar a conta

mas por todos os lados me chulam
não aguento mais a afronta
vou mergulhar na próxima onda
vou fugir mar adentro

cada passo mais um pedaço
de carne cai no asfalto
deste caminho sem esperança
deste futuro sem brilho

um dia acabas os estudos
e no outro já tens um filho

chamem a polícia dos trabalhadores do comércio
foi uma referência no último trabalho dos Franz Ferdinand

se quero te fazer leve
ergo-te pelos calcanhares
elevo-te

Plantas Nocturnas


madresilvas
águas vivas
petúnias vulvas negras
mantas bafientas capas negras
paredes molhadas de nevoeiro
à luz esverdeada dum lampião
na sombra esmia um gato preto

Punk Portugal


é pá põem o som no máximo
jinga com o baixo
matraca a bateria
e faz voz grossa
benvindo ao punk portugal

vem garina mais destinta
cheia de pinta
brincar no meu jardim

vem beber um café
vem brincar no meu bidé

quero partir antes dos 40


não paro de tossir
deste ar enfermo de lisboa
que me oprime a cabeça
e me arde nos pulmões

Esta cidade é só mamões

vou partir quando tiver guito
vou juntar pra abalar
não me venham convidar pra ir ao bairro
quero partir antes dos 40

Amores Marinheiros


parte o navio no azul do céu
e um tapete negro de sargaço
mergulha à noite em solidão
São Martinho tarde de Verão

incandescente ao alto o farol
ajoelhadas rochas de mexilhão
pesam me na partida
os marcos familiares da ilusão

Amor por amor enjoa
ai mar pelo mar me envolvo
até nas fozes penetrar
e conhecer os portos sem destino

minha saliva é salgada
e doces minhas lágrimas
meus tesouros os trago no barco
minhas penas as largo nos rios

és meu mediterrâneo no azeite da pele
e no hálito de manjericão
o brilho do mar no cabelo ondulado
e um suave jeito de ceara

uma brisa evocando portos
perdidos em praias rochosas
o colorido de casas simples
aninhadas no céu mais azul

Eu quero o Inverno


Começa agora a primavera
e a andorinha agonia-me a manhã
o sol rebenta-me nas têmporas
e a chuva destroi-me o fim do dia

eu quero o inverno
eu quero o inverno

febre dos fenos e picada de abelha
a alegria irritante dos vizinhos
os putos em casa sem nada para fazer
e do Verão nem quero falar

eu quero o inverno
eu quero o inverno

carnaval é sempre igual
e a cachaça o mesmo vómito
dêm me tons de vida cinzentos
dêem uma vida banal

BR 110


Benvindos todos ao barraco do amor
vão tirando as camisas
no cabelo prendam uma flor
sintam na pele as doces brisas

vou percorrer a avenida Brasil
de Iguaçu ao amazonas
por companhia os micos e as anacondas
atravesso o continente num ritmo febril

ao som do funk e do pagode
ao som do forró e do axè
maracatu no mangue
sertanejo no meu sangue
samba e xangô

vou percorrer a brasil
desço aos beijos a espinha
da minha mina
br 110 é minha vida

Onde está o Bardo


que guerra é esta sem armas
onde hei-de feri-los para que morram
que angústia é esta que me alimentam
que tentações são estas com que me calam

onde está o bardo que nos afogamos
está bêbado lá no porão
chorando velhas batalhas
com os sentidos de plantão

Post Title


corre corre entre as ruas sem luz
adivinha as esquinas no bréu
é o caráter falhado
mais um beco fechado

ouve o arrrepio dos gemidos
vindos das janelas entreabertas
sem vida
os gemidos do desespero

mergulha na cegueira urbana
atravessa a fronteira
e deita-te no passeio
com o pescoço na soleira

e sente com alivio
todo o peso da nação que estaciona
na faixa proibida
da esquina e te arrebenta
o pescoço sem que ninguém veja

partes o cordão em silêncio
um último passo rasga a última fímbria
de pele que te envolve a vida
e a espuma derrama-se em borbotões convulsos
na libidinosa língua de alcatrão

Lúcio Ferro

pingo


pingo nos tanques de água gelada
uma gota pequenina na nuca da serra
que se arrepia e solta pelos vales
as neblinas que envolvem as matas

Ohs


Eu sou a ventania entre as vinhas
eu sou o socalco da cereijeira em flor
oh passos perdidos sobre o horto
vem salvar-me oh Redentor

perdido nos terreiros
ecou-o nos vales sem chão
porque eu sou filho pródigo
vem a mim oh salvador

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...