Esperei, esperei e ninguém chegou.
Ouvia os meus passos inquietos ecoarem na sala vazia,
Ardiam-me os olhos com a força do sol que descia lá fora,
Perdi-me a decorar as repetições da “pedras” falsas do soalho industrial.
Diniz Giz
19.7.07
Estatística#3
Quietude saúde ataúde amiúde lúgubre insalubre fúnebre futura mortal gutural sutura sepulcral dura runa surda morda cerúlea coral lua escura fura ninguém te atura.
Madalena Nova
Madalena Nova
Coruja negra
Coruja negra pias de dor,
Na noite clara de lua cheia.
Entre os ramos tristes e esvoaçantes,
Voas lenta sobre a morte.
Ao longe o mar também chora,
Solitário sem ter a quem,
Milhares de histórias contar.
E o espírito vagueia entre o vento,
Perdido em sonhos de te amar.
Velho velho por dentro,
Cheirando a madeira podre,
Soterrado numa montanha,
De pesos invisíveis,
Porque não existem.
Zé Chove
Na noite clara de lua cheia.
Entre os ramos tristes e esvoaçantes,
Voas lenta sobre a morte.
Ao longe o mar também chora,
Solitário sem ter a quem,
Milhares de histórias contar.
E o espírito vagueia entre o vento,
Perdido em sonhos de te amar.
Velho velho por dentro,
Cheirando a madeira podre,
Soterrado numa montanha,
De pesos invisíveis,
Porque não existem.
Zé Chove
De noite perseguido
De noite perseguido no escuro pelo marulhar indefinido das avenidas.
Lembranças que passam sem deixar rasto mas sujam o fundo dos ouvidos até à insensibilidade.
Dispersos arrabaldes que fogem à cidade mãe e dormem à noite,
cada vez mais longe, filhos dispersos, até ganharem a independência lá ao longe onde criam as suas próprias histórias.
Do ar vê-se que se escondem nas matas fronteiriças.
Triste da alma arrombo o primeiro chaço que encontro,
decompondo-se com um murmurio surdo debaixo de um velho lampião intermitente.
Zé Chove
Lembranças que passam sem deixar rasto mas sujam o fundo dos ouvidos até à insensibilidade.
Dispersos arrabaldes que fogem à cidade mãe e dormem à noite,
cada vez mais longe, filhos dispersos, até ganharem a independência lá ao longe onde criam as suas próprias histórias.
Do ar vê-se que se escondem nas matas fronteiriças.
Triste da alma arrombo o primeiro chaço que encontro,
decompondo-se com um murmurio surdo debaixo de um velho lampião intermitente.
Zé Chove
Pequena Andorinha
A pequena andorinha morreu,
De cabeça para baixo.
Entre a terra e o céu,
Com uma patinha colada,
Na gosma do ninho dos seus pais,
Do qual tentava fugir.
Madalena Nova
De cabeça para baixo.
Entre a terra e o céu,
Com uma patinha colada,
Na gosma do ninho dos seus pais,
Do qual tentava fugir.
Madalena Nova
Apesar de tudo nunca se falavam
Apesar de tudo nunca se falavam, numa mistura de respeito pelo adversário, desprezo altivo, provocação e incapacidade de estabelecer pontos de contacto. Assaltavam-se mutuamente com perguntas inconsequentes, como quem lança palha numa fogueira, tentando que a amizade pegasse, mas ardiam rápido deixando tudo preto e poeirento.
Nenhum dos dois compreendia bem o outro. Os encontros fugazes não ajudam as personalidades fortes a adaptarem-se. Por vezes olhavam-se com um sorriso envergonhado. Tentavam rir-se, com pouco jeito, das piadas um do outro porque não queriam submeter-se um ao outro, coisa que um riso verdadeiro provavelmente provocaria. Isto é falsidade?
Talvez se sofressem juntos por um mesmo objectivo se tornassem amigos... mas será que não têm nada em comum? Claro que sim, e no entanto...
Aqueles outros dois dão turras um no outro como se fossem matrecos. À sua volta deixam um ambiente pesado...
Filipe Elites
Nenhum dos dois compreendia bem o outro. Os encontros fugazes não ajudam as personalidades fortes a adaptarem-se. Por vezes olhavam-se com um sorriso envergonhado. Tentavam rir-se, com pouco jeito, das piadas um do outro porque não queriam submeter-se um ao outro, coisa que um riso verdadeiro provavelmente provocaria. Isto é falsidade?
Talvez se sofressem juntos por um mesmo objectivo se tornassem amigos... mas será que não têm nada em comum? Claro que sim, e no entanto...
Aqueles outros dois dão turras um no outro como se fossem matrecos. À sua volta deixam um ambiente pesado...
Filipe Elites
Vi um Rapaz
Vi um rapaz acenar com um lenço preto e de novo embrenhar-se no casario denso.
Ouvia o muhezin cantar mas não o vi.
A água nas fontes lambia as pedras com um som de sesta.
O sol cortava as sombras negras com precisão contra a terra batida.
O branco das casas cegava-me e o cheiro de vários almoços fazia me andar mais rápido.
Ao sul o mar brilhava de calor.
Sentia o cheiro familiar dos meus próprios pés.
Lembrei-me do teu cheiro.
Quando me penteias depois do almoço com as mãos ainda a cheirar a limão-forte.
O cheiro do teu vestido guardado no armário...
Zé Chove
Ouvia o muhezin cantar mas não o vi.
A água nas fontes lambia as pedras com um som de sesta.
O sol cortava as sombras negras com precisão contra a terra batida.
O branco das casas cegava-me e o cheiro de vários almoços fazia me andar mais rápido.
Ao sul o mar brilhava de calor.
Sentia o cheiro familiar dos meus próprios pés.
Lembrei-me do teu cheiro.
Quando me penteias depois do almoço com as mãos ainda a cheirar a limão-forte.
O cheiro do teu vestido guardado no armário...
Zé Chove
Iam os Dois
Iam os dois rua a baixo relembrando histórias antigas,
Vividas no tempo do colégio.
O gelo da noite perto do rio negro,
expelia fumo através das suas bocas.
Andavam acelerados ao longo das ruas centenárias,
O vento zumbia nas catenárias,
A água fluía nos carris dos eléctricos.
Chuvinha fresca amiudava os seus sorrisos.
Comeram qualquer coisa quente nos ambulantes,
E falaram do futuro.
Os anos que passaram sem se falar, exigiram um acerto no vocabulário da amizade.
As escolhas feitas a sós sem se consultarem um ao outro,
Revelam agora com mais precisão o carácter de cada um.
- vês o que o tempo me fez?
- vês o que eu fiz ao meu tempo?
- como é que isso não me espanta nada?
- ambos perseguimos a felicidade.
Dantes não havia tantos silêncios. De certo que os havia, mas passado tanto tempo sem nos vermos não seria de esperar que tivéssemos milhares de coisas para contar um ao outro?
E no entanto olho para ti em silêncio e isso me basta porque vejo que continuas igual.~
Diniz Giz
Vividas no tempo do colégio.
O gelo da noite perto do rio negro,
expelia fumo através das suas bocas.
Andavam acelerados ao longo das ruas centenárias,
O vento zumbia nas catenárias,
A água fluía nos carris dos eléctricos.
Chuvinha fresca amiudava os seus sorrisos.
Comeram qualquer coisa quente nos ambulantes,
E falaram do futuro.
Os anos que passaram sem se falar, exigiram um acerto no vocabulário da amizade.
As escolhas feitas a sós sem se consultarem um ao outro,
Revelam agora com mais precisão o carácter de cada um.
- vês o que o tempo me fez?
- vês o que eu fiz ao meu tempo?
- como é que isso não me espanta nada?
- ambos perseguimos a felicidade.
Dantes não havia tantos silêncios. De certo que os havia, mas passado tanto tempo sem nos vermos não seria de esperar que tivéssemos milhares de coisas para contar um ao outro?
E no entanto olho para ti em silêncio e isso me basta porque vejo que continuas igual.~
Diniz Giz
Subiu e desceu
Subiu e desceu as escadas levemente,
Agitado sem saber bem o que procurava.
Coçou a cabeça tentando ter alguma ideia,
De cotovelo apoiado no corrimão fitou fixamente,
A luz na porta do seu quarto nas águas furtada.
Lá de baixo vinha o cheiro dos sofás velhos,
E o bichanar da t.v. notívaga de sonos,
Suspirou profundamente antes de decidir sair.
“Talvez lá fora haja alguma coisa para fazer”
Quem puxa é o corpo, embrutecido pelo tédio.
Puxou com força o cabelo para trás,
Deixou o frio lamber o seu nariz,
De mãos nos bolsos cantarolou até ao bar,
Mais próximo. De novo o calor,
Ar gasto e álcool no sangue.
Saiu de ouvidos zumbindo a metal,
Os últimos carros abandonaram o parque acimentado,
Algo no coração ainda não se sentia satisfeito.
Deitou-se na relva e chorou ardendo em desejos,
De não sei quê que lhe dilacerou o peito.
Mário Mosca
Agitado sem saber bem o que procurava.
Coçou a cabeça tentando ter alguma ideia,
De cotovelo apoiado no corrimão fitou fixamente,
A luz na porta do seu quarto nas águas furtada.
Lá de baixo vinha o cheiro dos sofás velhos,
E o bichanar da t.v. notívaga de sonos,
Suspirou profundamente antes de decidir sair.
“Talvez lá fora haja alguma coisa para fazer”
Quem puxa é o corpo, embrutecido pelo tédio.
Puxou com força o cabelo para trás,
Deixou o frio lamber o seu nariz,
De mãos nos bolsos cantarolou até ao bar,
Mais próximo. De novo o calor,
Ar gasto e álcool no sangue.
Saiu de ouvidos zumbindo a metal,
Os últimos carros abandonaram o parque acimentado,
Algo no coração ainda não se sentia satisfeito.
Deitou-se na relva e chorou ardendo em desejos,
De não sei quê que lhe dilacerou o peito.
Mário Mosca
Continuam as Festas
Continuam as festas lá em baixo na aldeia,
olho, completamente parado, a alegria lá no vale,
aqui do alto parece um inferno de fogo e sombras.
Oiço os cantares através dos urzais,
o crepitar do fogo e o som de segredos suspirados no escuro,
trovas do tempo dos reis instrumentos ancestrais.
Choram de medos e tradições.
Cheiro de comidas simples, envoltos no húmido das serranias.
Ninguém me é estranho conheço-os todos,
até os de fora que vêm em busca de amores.
Sou o único que ficou em casa,
até as crianças dançam à volta da fogueira.
Sinto o peito vibrar de emoções antigas,
o homem velho quer ir dançar,
bato com o punho violentamente na mesa,
fui me deitar.
Zé Chove
olho, completamente parado, a alegria lá no vale,
aqui do alto parece um inferno de fogo e sombras.
Oiço os cantares através dos urzais,
o crepitar do fogo e o som de segredos suspirados no escuro,
trovas do tempo dos reis instrumentos ancestrais.
Choram de medos e tradições.
Cheiro de comidas simples, envoltos no húmido das serranias.
Ninguém me é estranho conheço-os todos,
até os de fora que vêm em busca de amores.
Sou o único que ficou em casa,
até as crianças dançam à volta da fogueira.
Sinto o peito vibrar de emoções antigas,
o homem velho quer ir dançar,
bato com o punho violentamente na mesa,
fui me deitar.
Zé Chove
Oiço Clamores
Oiço clamores ecoando através dos galhos suspirantes da floresta,
o medo cresce com a neblina espectral,
o cheiro da manta morta e os gemidos da madeira podre.
Zé Chove
o medo cresce com a neblina espectral,
o cheiro da manta morta e os gemidos da madeira podre.
Zé Chove
Final de Tarde em Caneças
Doce trinar de fontes seculares,
Água frescas de musgo enxuto.
Estão os três a conspirar,
No inverno pátio frio.
Velhos de pedra de matar,
Cantar de rouxinóis,
Chorando amores passados.
Na noite escura,
Caminhando em tristes fados,
Futuros brancos lívidos,
Presentes negros não vividos,
E uma dor mais intensa.
a lua desce atrás das árvores,
não queremos mais o sol.
Lúcia
Água frescas de musgo enxuto.
Estão os três a conspirar,
No inverno pátio frio.
Velhos de pedra de matar,
Cantar de rouxinóis,
Chorando amores passados.
Na noite escura,
Caminhando em tristes fados,
Futuros brancos lívidos,
Presentes negros não vividos,
E uma dor mais intensa.
a lua desce atrás das árvores,
não queremos mais o sol.
Lúcia
Guitarra Noturna
Guitarra noturna,
Velha sozinha,
Caminha no escuro,
Olha o céu cinzento,
Afoga-se de melancolos,
Sonhos do passado lento.
Miguel
Velha sozinha,
Caminha no escuro,
Olha o céu cinzento,
Afoga-se de melancolos,
Sonhos do passado lento.
Miguel
Esfolga o comboio
Esfolga o comboio, corre vai partir,
Agarra a barra salta para a vida.
O sol brilha e escalda no vagão,
Adormeces na palha mofa.
Acorda para a vida os prados estão lá fora,
Corre até te cansares e bebe em todas as fontes.
Sente os cheiros livres da terra,
Afaga o capim fofo e loiro.
Deixa-te abrasar pelo sol de verão,
Tira a camisa e banha-te nos rios.
Come as frutas selvagens,
Morde-as com a boca toda.
E grita de loucura,
As melodias que te rasgam o coração.
Paulo Ovo
Agarra a barra salta para a vida.
O sol brilha e escalda no vagão,
Adormeces na palha mofa.
Acorda para a vida os prados estão lá fora,
Corre até te cansares e bebe em todas as fontes.
Sente os cheiros livres da terra,
Afaga o capim fofo e loiro.
Deixa-te abrasar pelo sol de verão,
Tira a camisa e banha-te nos rios.
Come as frutas selvagens,
Morde-as com a boca toda.
E grita de loucura,
As melodias que te rasgam o coração.
Paulo Ovo
Revolução Cultural
A lua desfocada atrás das nuvens,
A madeira gemia nos trastes velhos,
Dormia a casa num sonho de Kazan.
Um rosto de parvo fitava-me no reflexo do vidro,
Ao lado das árvores negras lá fora,
Mais ao fundo a porta do meu quarto.
Não sei do amanhecer,
Agora sigo embalado,
Em cantigas do maio.
Filipe Elites
A madeira gemia nos trastes velhos,
Dormia a casa num sonho de Kazan.
Um rosto de parvo fitava-me no reflexo do vidro,
Ao lado das árvores negras lá fora,
Mais ao fundo a porta do meu quarto.
Não sei do amanhecer,
Agora sigo embalado,
Em cantigas do maio.
Filipe Elites
25 de Abril
Meu amigo vem dai
Vamos juntos gritar
Loucos de alegria
De braço dado a cantar
Filipe Elites
Vamos juntos gritar
Loucos de alegria
De braço dado a cantar
Filipe Elites
Madalena
Raiados de sangue, raiva pura,
Amansado só pelos toques doces no peito,
Laço de aflição olhava-o com ternura,
Madalena tremia por seu amor à noite no leito.
Lúcia
Amansado só pelos toques doces no peito,
Laço de aflição olhava-o com ternura,
Madalena tremia por seu amor à noite no leito.
Lúcia
Findo
Findo,
Vermelha de sangue seco no pó misturado,
Borbotos de barro tinto,
Cuspido brutalmente negro fado.
Zé Chove
Vermelha de sangue seco no pó misturado,
Borbotos de barro tinto,
Cuspido brutalmente negro fado.
Zé Chove
Op#1
Os poemas sem a música não entram tão facilmente.
Não acham que deveríamos facilitar o trabalho às pessoas?
Quem não conhece melhor os poemas dos U2 que os do Shakespeare?
E no entanto a qualidade deste último supera o outro.
Podia haver alguém que musicasse todos os poemas mais importantes
para que estes fossem absorvidos pela população.
...para que os poemas não perdessem a sua dignidade seria uma missão para ...
Carlos Marques
Não acham que deveríamos facilitar o trabalho às pessoas?
Quem não conhece melhor os poemas dos U2 que os do Shakespeare?
E no entanto a qualidade deste último supera o outro.
Podia haver alguém que musicasse todos os poemas mais importantes
para que estes fossem absorvidos pela população.
...para que os poemas não perdessem a sua dignidade seria uma missão para ...
Carlos Marques
Luna
Luna tinha uma conversa pegadiça como o pez,
Ao princípio sabia bem era doce,
Envolvente como o mel,
Quente e sufocante que nos tirava a faculdade de pensar.
Mais tarde quando se calava deixava um amargo,
Na garganta.
Manuel Bisnaga
Ao princípio sabia bem era doce,
Envolvente como o mel,
Quente e sufocante que nos tirava a faculdade de pensar.
Mais tarde quando se calava deixava um amargo,
Na garganta.
Manuel Bisnaga
Catarina Furtado
Toda a sua vida consistia em fabricar boas frases,
Era dai que provinha o seu sustento,
Vivia atenta a tudo o que a rodeava aflita,
Desejosa de desvendar novos matizes novas cores da vida.
Por vezes tentava desesperada uma solução no acaso,
Juntava palavras como um jogo nunca se sabe,
Talvez que o ser ou não ser tenha nascido da sorte.
Chorava sempre as mesmas melodias,
Já todos conheciam o seu fardo.
Henrique
Era dai que provinha o seu sustento,
Vivia atenta a tudo o que a rodeava aflita,
Desejosa de desvendar novos matizes novas cores da vida.
Por vezes tentava desesperada uma solução no acaso,
Juntava palavras como um jogo nunca se sabe,
Talvez que o ser ou não ser tenha nascido da sorte.
Chorava sempre as mesmas melodias,
Já todos conheciam o seu fardo.
Henrique
Meu Amor
Não te cansas de pedir desculpa meu amor?
Continuas a rastejar aos meus pés inconsolável?
Sabes bem que volto sempre a sorrir para ti,
Depois de te repreender de cara séria com fervor.
Não quero que te deixes levar,
pelos teus sentimentos a toda a hora,
parece que ficas cego e esqueces,
o que prometemos um ao outro.
Madalena Nova
Continuas a rastejar aos meus pés inconsolável?
Sabes bem que volto sempre a sorrir para ti,
Depois de te repreender de cara séria com fervor.
Não quero que te deixes levar,
pelos teus sentimentos a toda a hora,
parece que ficas cego e esqueces,
o que prometemos um ao outro.
Madalena Nova
18.7.07
Pálpebras a meia haste
Pálpebras a meia haste escondiam
Teus belos olhos verdes de lasciva
Com os lábios trementes abertos suavemente
Em forma e desenho de beijo ardente
Zé Chove
Teus belos olhos verdes de lasciva
Com os lábios trementes abertos suavemente
Em forma e desenho de beijo ardente
Zé Chove
Movia-se
Movia-se esquelética branca nuvem
Gemendo de dor baixinho desgrenhada
Debaixo de um lençol pálido
Fitava o incerto de olhar vidrado
Caminhava para a sombra fugia da luz mortiça da sala de estar
Zé Chove
Gemendo de dor baixinho desgrenhada
Debaixo de um lençol pálido
Fitava o incerto de olhar vidrado
Caminhava para a sombra fugia da luz mortiça da sala de estar
Zé Chove
Persegui-a
Persegui-a até ao fim da rua arrependido,
De lágrimas nos olhos, decidido,
A pedir perdão,
A nunca mais a ofender.
Ela não se voltava para trás,
de queixo empinado,
Ofendida,
Firmada na sua decisão,
de...
Lúcia
De lágrimas nos olhos, decidido,
A pedir perdão,
A nunca mais a ofender.
Ela não se voltava para trás,
de queixo empinado,
Ofendida,
Firmada na sua decisão,
de...
Lúcia
Como uma Onda
Como uma onda
Profunda longa banda sonda
gorda chumbo rombo lombo
baleia óleo baforada
Bela branda algas branca
pança dança envolve abraça esconsa panda
Zé Chove
Profunda longa banda sonda
gorda chumbo rombo lombo
baleia óleo baforada
Bela branda algas branca
pança dança envolve abraça esconsa panda
Zé Chove
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Convento dos Capuchos
palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...
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Entre 1241-42 os mongóis invadiram a Hungria. Lamento pela Destruição do Reino da Hungria pelos Tártaros Escrito por um clérigo da época. Tu...
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