Não faz sentido... Às vezes fazemos coisas que não sabemos trazerem a tristeza. O pensamento é vago e assim é agradável, o corpo é concreto e pode sufocar a razão. O coração levou-me até ao pé de ti e agora quer submergir-me nesse mar profundamente azul, cada vez mais escuro, até ser negro, tépido e refrescante ao mesmo tempo, cheio de brilhos falsos e cores ondulantes. Distorce a forma das rochas e criaturas contundentes e ferinas.
Sento-me ao pé de ti como uma criança bem comportada, excita-me qualquer coisa mirada pelo canto do olho, assim de esguelha. Agarro-me a ti e escondo a cara no regaço das tuas saias cheirando a lavado. As tuas mãos ainda cheiram a cebola do almoço. Repugna-me o cheiro da cebola, mas os teus almoços são tão bons...
Deitado na cama fixo o tecto, as persianas filtram a luz alaranjada dos lampiões noturnos.
A sensação do novo sempre o deixou maravilhado. Sabia que tu me chamavas e exigias a minha presença junto de ti.
Sou um apaixonado – melodias novas, ideias, pessoas, aventuras novas. Tu pedes sempre um amor renovado, um Amor mais Fiel.
Dias estranhos. Vamos mudando, endurecendo. Temos tendência para enraizarmo-nos. Para as crianças tudo é novo – por isso os seus dias são tão longos... com a idade passamos a decorar as respostas.
Por ti, pelo amor que te tenho, quero despertar em todos, o amor por ti.
Lúcia